A FORÇA DO AVENTAL DE APRENDIZ


Começo esta manhã transbordado de emoção.

Hoje, ao revirar minhas gavetas, descobri algo que parecia estar no varal do tempo.

Tive necessidade de limpar meu armário. Digo meu armário, pois nele só eu mexo. Lá, depois de tentar encontrar o que desejava, minha paciência parecia estar se esgotando.

Resmunguei muito. Quis brigar com o mundo, por não ver o que tanto queria.

De repente minha mão toca naquilo que eu não procurava, mas ali estava para me voltar à razão.

O varal do tempo me entregava a calma, a paz, a tranquilidade.

Faz tanto tempo, mas parecia que foi ontem que eu o recebi.

O meu Avental de Aprendiz, minha maior relíquia, meu maior troféu ganho em toda a minha vida, me esperava.

Esqueci-me do que procurava. Com cuidado do mesmo Aprendiz que viu as espadas cintilando pela primeira vez ou a minha emoção de ver a luz como o verdadeiro Maçom segurou-o.

Ah! Meu avental...!

Quanta saudade ao recebê-lo tão branco, tão puro.

Hoje, não está mais tão branco, mas continua puro, pois o meu trabalho na Pedra Bruta não foi em vão.

Ah! Meu Avental!

Dizer que tive vontade de lavá-lo, para continuar sempre alvo, demonstrando todo o meu orgulho, todo erro.

Ah! Meu Avental!

Quantas vezes eu acariciei como a um filho nas minhas aflições antes das reuniões.

Há quanto tempo você estava esquecido nesse armário.

Há quanto tempo não nos víamos não nos tínhamos um ao outro.

Ah! Meu Avental de Aprendiz!

Hoje nosso reencontro tem, com certeza, uma lição para mim.

Sei que não devo olvidar quão importante foi meu inicio.

Sei também que nosso encontro é para lembrar que devo sempre voltar e rever os ensinamentos, para que o orgulho e a vaidade não se apoderam de mim me mostrando o outro que não sou.

O avental de Aprendiz não pode ter o pó dos vícios, da ganância, da maldade.

O avental do Aprendiz é a satisfação da conquista, não o orgulho do poder.

Ao tocar o meu avental, volto a aprender ser humilde, a não deixar de lado tudo aquilo que foi tão caro, tão bom.

Quanta saudade, meu avental!

O tempo foi passando e eu aqui admirando o meu avental de Aprendiz.

Abro a gaveta para, novamente, colocá-lo no varal do tempo, mas minhas mãos teimam em tê-lo comigo.

Que fazer?

Já nem sei mais o que procurava no armário, mas com certeza, encontrei o que tanto precisava.

Eu precisava de paz, de um novo encontro comigo mesmo.

Eis a minha paz tão procurada, tão desejada, o meu avental de Aprendiz.

Aos poucos fui colocando o avental na gaveta e à medida que ele ia sumindo das minhas mãos, meus olhos deixavam cair lágrimas de saudade.

Meu coração disparava, minhas forças sumiam.

Quanta saudade, meu avental de Aprendiz.

A/D



VENERÁVEIS E VENERALATOS



Tal como o Rui Bandeira sabiamente explanou nos seus últimos dois textos e que se reportavam à vida interna das Lojas maçônicas, também é de fulcral relevância salientar o contributo que os Veneráveis Mestres (VM) ("presidentes da Loja")  têm em relação à vida interna destas Lojas.

A própria dinâmica da Loja depende grande parte da dinâmica imprimida pelo seu Venerável Mestre bem como pela sua forma de gerir os "destinos" da Loja.

Uma larga maioria não consegue separar - e isto não é crítica sequer - o mundo profano do mundo iniciático, ou seja, por defeito profissional, muitos nas suas vidas laborais gerem e dirigem pessoas, logo tenderão a agir na Maçonaria da mesma forma que o fazem no mundo profano.

Sendo também, por isso mesmo, mais fácil para estes tomar a seu cargo os destinos de uma Loja e a gerir o que lá se passa no seu interior. Mas não releguemos também que a sua forma de agir e estar perante a Sociedade, a sua Educação e Formação Acadêmica também auxiliam e muito o seu (bom!) desempenho, nomeadamente na forma de lidar com a Loja e os seus membros.

Não existem manuais de sobrevivência para um "VM", existirão sim pequenos guias ou opúsculos que algumas Lojas ou Obediências tenham escrito para facilitarem um pouco a vida de quem durante um ano (em média) terá a responsabilidade de gerir a Loja, mas o essencial para a gestão da Loja será a sua vivência e práxis maçônica. Sendo que uns serão mais "ritualistas" e outros mais "administrativos" no cumprimento das suas funções. 

- Cada um como cada qual... - 

Mas não obstante, esta diferenciação da forma de gerir e de estar, pois a cada identidade corresponderá uma forma de gerir, permite a vantagem mesmo que uma Loja tenha uma prática de trabalho homogênea, esta será sempre um pouco diferente de ano para ano, possibilitando aos seus membros não ficarem reféns de certo marasmo que não lhes possibilite evoluir, seja maçônicamente quer pessoalmente.

Outra das vantagens que diferentes abordagens ou estilos de gestão permite, é que pelo fato de a presidência da Loja ser quase sempre anual e dependente de sufrágio pelos Mestres que compõem a assembleia da Loja,  impedirá, por certo (!), determinadas formas gestionais de cariz ditatorial prolongadas no tempo; resultando que se um dado "VM" desempenhar mal ou de forma nefasta o seu cargo, a Loja somente terá de o "aturar"  um ano ou menos! , mas possibilitando a alguém que desempenhou um bom ofício, que soube conviver bem com as responsabilidades que lhe estavam inerentes, e que num bom português eu possa dizer que tenha levado a Loja a "bom porto", deixando saudades e inclusive "fazendo escola", criando assim alguns seguidores que queiram prosseguir nessa forma de (bem) gerir.

- E cada Loja é uma Loja, tal como cada maçom é diferente do seu semelhante -.

Cada Loja tem a sua identidade própria, podendo ser parecida ou não com as outras de uma mesma Obediência, até porque cada Loja é formada por gente que também pode ser diferente entre si. A heterogenia dos seus membros é uma das grandes qualidades que a Ordem Maçônica se pode orgulhar e enaltecer.

Mas por outro lado, e porque nem tudo "são rosas...", nem sempre corre tudo bem ou como deveria ocorrer dado existirem, por vezes, Lojas que não deveriam estar sequer em funcionamento dado que o que se passa no seu seio ser tudo menos maçônico, e quase sempre com a conivência do seu "VM". - mesmo que ele não seja o responsável por tais atos, a Loja depende dele e ele será sempre a pessoa que dará a cara pela Loja! - E por causa disto é que um "VM" tem de ter características naturais de um Homem bom, Livre e com bons costumes,  - soa a "beato", mas é assim que tem de ser - para que tais situações menos nobres não ofusquem a Luz que deve resultar da Maçonaria e emanar na sociedade à sua volta.

Ser "VM" não é tarefa fácil, não é "bater malhete" como se queira... Existem determinadas regras a cumprir e a fazer por cumprir!

Logo, ser investido nas funções de Venerável Mestre não poder ser encarado de forma singela, mas antes como uma demanda tanto pessoal como coletiva. Pessoal porque tal é desempenhado através de um labor próprio e que depende intrinsecamente de si mesmo, e coletivo porque é feito a bem da Loja e da Obediência em geral.

Não é fácil esta tarefa, tal como salientei. E uma parte importante deste trabalho também e que não pode ser esquecida é o apoio que os obreiros da Loja dão ao seu "VM", auxiliando-o na condução dos "trabalhos", promovendo iniciativas em prol da Loja, produzindo Trabalhos/Pranchas  e debatendo respeitosamente a vida interna da Loja. 

Apenas uma Loja com obreiros ativo e cujo "VM" seja alguém que possibilite a troca de ideias efetivas, terá um bom prenúncio na sua existência, pois as boas decisões nunca estão sozinhas e muitas das vezes para serem corretamente aplicadas dependerão daqueles que, por sinal, as terão de cumprir...

E por isto que anteriormente afirmei é que considero que uma Loja não é do seu Venerável Mestre, mas sim, que o Venerável Mestre é que é da Loja!

E quem não interiorizar isto, ou não sabe ao que se propõe ou não estará bem na Maçonaria...

Mas nem sempre quem já foi "VM" quis despir o seu cargo, isto é, são mestres que embora já não detenham essas funções, mas que mesmo assim desejam e insistem em o a continuar a o ser... Obstaculizando de forma premente o trabalho que o "VM" em exercício possa fazer.

Condicionando este com atitudes ou ideias suas e acicatando os demais obreiros contra o desempenho do seu "VM"; considerando eu isto como uma forma de rebelião que não deveria ter lugar num espaço onde a fraternidade deveria ser um dos seus pilares fundamentais.

Mas pior que isto, serão aqueles que nunca cumpriram tal ofício, mas que acham que o desempenharam ou que detêm o direito de vi-lo a ocupar de forma unilateral, condicionando ativamente o desempenho que o "VM" deverá levar a seu cargo...

Enfim, há de tudo um pouco... infelizmente!

Até existem aqueles, sendo mestres ou não, que se acham a "voz da razão" e assim se acharem os "donos da Loja", bloqueando tudo (ou quase...) aquilo a que se propusera a fazer o seu "VM". E esta forma de inquinar uma Loja não deveria ser aceite pelos seus membros e muito menos ser feita com a complacência de um "VM", pois foi ele o eleito para a direção da Loja e mais ninguém. Uma coisa é um "VM"  aconselhar-se, outra diferente, é deixar outros executarem o seu trabalho.

E é por isto que amiúde existem cisões e/ou "abatimentos de colunas" de Lojas com "adormecimentos" ou transferências de membros para outras Lojas, porque já não é possível a convivência entre si. Deixando eu à reflexão para os demais esta situação que é deveras importante para a sobrevivência de uma Loja.

Um "VM" que saiba desempenhar bem o seu cargo nunca permitirá que aconteça o que eu referi e saberá, ou pelo menos tentará gerir os egos e diferenças de opinião que existem no seio da sua Loja. Essa sim será talvez a maior dificuldade que poderá encontrar durante o seu veneralato, pois as questões rituais ou administrativas, quando não são graves, são facilmente tratadas ou ultrapassadas.

E regra geral são as Admissões de profanos com as suas Iniciações, os "aumentos de salários/graus", gestão corrente da tesouraria da Loja e pouco mais. Aqui sim, um "VM" pode pelas suas qualidades pessoais fazer diferente dos restantes que passam por essa função; a tal "dinâmica" que abordei.

Felizmente que a Respeitável Loja a que pertencem os Mestres "escritores" neste blogue conta nas suas colunas com gente com conhecimentos suficientes para fazer prosperar a Loja. Apoiando-se nos seus membros mais antigos que com a sua experiência e sabedoria corrigem qualquer "desvio administrativo" ou erro ritual que possa surgir, bem como nos seus membros mais recentes, gente pronta a "arregaçar as mangas" e por se a trabalhar, assim os deixem. 

É somente devido a esta complexão de "ideias e vontades", convergindo numa ação perseverante e regular, é que uma Loja tem um bom futuro assegurado.

Não basta viver à sombra de feitos do passado, e esta Loja os tem feito; há que criar sempre novas dinâmicas e formas de gerir e a Respeitável Loja Mestre Affonso Domingues nº5 conta já no seu historial de mais de 25 anos de trabalho ininterrupto com gente capaz de fazê-lo por mais 25 anos e até mais... E gente que pela sua forma de estar, pela sua sensibilidade pessoal  e apoiada nos vastos conhecimentos de alguns dos seus Irmãos, podem ser "herdeiros naturais" da linha de sucessão criada há vários anos  na Loja e que ainda hoje em dia se utiliza.

E concluindo um texto que já vai longo, um Venerável Mestre como sendo alguém com a responsabilidade da gestão anual da Loja, nunca poderá pensar em curto prazo, apenas na gestão corrente, mas sempre com um pensamento a médio/longo prazo, para que a Loja não divirja nos seus destinos, não se preocupando em deixar um "legado pessoal", mas sim, algo sustentado pelo tempo.

E por isso mesmo, deve ser alguém com vontade de trabalhar e com "espírito diligente" e rigoroso, sendo meticuloso e disciplinado no que faz, devendo ser o melhor "relações públicas" da sua Loja, pois ele é que dará a cara por ela; não devendo ter um perfil autocrático, mas antes um elevado sentido fraterno. 
Em suma, ser alguém que goste de trabalhar e que o faça pelos outros, não esperando qualquer tipo de encômios à sua pessoa.  

- Somente tendo uma postura humilde perante os seus pares, pode um "VM" ser exaltado pelos demais, e isto se assim o tiver de ser... - 


Para, além disso, terá de ser alguém capaz de estabelecer pontes entre os Irmãos que tenham divergências ou contendas entre si, sendo um bom ouvinte e confidente, para além de ter a capacidade em aconselhar os obreiros naquilo que necessitem do seu "VM", e que saiba agir com a "parcimônia" necessária ao seu cargo, sem impulsos ou afins... pois terá de ter a ponderação necessária a cada decisão que tenha de tomar ou que venha a ter de aplicar em relação às funções a si designadas como representante da Loja na Obediência onde esta se encontra filiada. 

E chegando ao final do seu veneralato, ter a capacidade de fazer um auto-exame de consciência e refletir no que se propôs a fazer no que fez e no que poderia ter feito e extrair de aí as suas próprias conclusões, por forma a que quando se sentar no Oriente ao lado do próximo "VM", poder ser ele, também, uma "voz" de e em auxilio a este, porque a função de Past-Venerável ou Mestre Instalado não é mais que isso, uma voz em auxilio do novo Venerável Mestre. 

E como "VM" reconhecer que recebeu a Loja com um determinado funcionamento, em determinado momento, e que entregou ao seu substituto na "cadeira de Salomão" uma Loja que deverá ser mais coesa e mais forte do que aquela que terá recebido do seu antecessor, - esta é a sua obrigação! - o que nem sempre é simples de ser feito. 

Não deixando nunca de ter sempre presente a noção de que por qual forma pretenderá  ser (re) conhecido no final do seu ano de trabalho, se por ter sido "Venerável" ou pelo seu "Veneralato"...

Nuno Raimundo

Blogue A Partir Pedra

ANATOMIA MAÇÔNICA


Quando eu era pequeno tinha mais cabelo, menos barriga e queria ser médico, nem tanto para vestir de branco, mas o que sempre me fascinou é o estudo da mais fantástica obra de Deus.

O corpo humano é sem duvida uma fonte inesgotável de admiração e profundas reflexões. Se eu fosse médico a primeira coisa que gostaria de escrever aos meus colegas seria sobre a mão:

A mão é a parte do membro superior distal ao antebraço e em sua extremidade encontramos o primeiro quirodáctilo,o segundo quirodáctilo, o terceiro quirodáctilo, o quarto quirodáctilo e o quinto quirodáctilo” .

Porém o Irmão Quirino escreveria assim: A mão é mão e tem cinco dedos; o baixinho gordinho é o Polegar, dedão, positivo ou mata-piolho; o que está ao seu lado é o indicador apontador ou fura-bolo; o terceiro é o dedo médio, dedo do meio, maior-de-todos ou pai-de-todos; o vizinho é o anelar, anular ou dedo do anel e o último é o dedo mínimo, dedinho ou mindinho, não é verdade?

Se a carne desprender dos ossos, veremos as falanges, sendo a falange proximal, conhecida como primeira falange.

Aí eu envelheci, o cabelo caiu, a barriga cresceu, tornei-me um “Pedreiro”; me visto de preto e gostaria de escrever aos meus Irmãos que eles não precisam ler livros de anatomia, mas é muito importante que leiamos os Rituais, Cobridores ou Monitores com muita atenção, pois lá está a maneira correta de sermos reconhecidos pelos SS.·. PP.·. e TT.·.

Ás vezes aprendemos errado, porque foi ensinado errado a quem nos passou a instrução; o que não pode acontecer é passarmos o erro adiante, por isto, por favor pegue seu livro onde ensina sobre como cumprimentar um Irmão, leia-o observando os desenhos acima. Se você praticava errado não se preocupe, não praticará mais. 

Para que este artigo não seja inócuo aos Irmãos que já praticavam corretamente o M.·. I.·. C.·. T.·. M.·. R.·. vou transcrever a explicação chinesa sobre os dedos.
Conte para a cunhada e receba os mais calorosos beijos:

Para os chineses os dedos representam a família, os polegares são nossos pais, o indicador os Irmãos, o dedo médio representa nós mesmos, o dedo anelar é nossa companheira e o dedo mínimo representa os filhos. Junte a mão direita com a mão esquerda unindo os dedos pelas pontas um defronte ao outro. Dobre para dentro da palma os dedos anelares. Agora vá separando cada par de dedos: Observe que você junta e separa os polegares facilmente e eles indicam seus pais.

Todos nós sabemos que não viveremos para sempre com eles; separe agora os indicadores, eles também se afastam, assim como nossos Irmãos e Irmãs, afinal eles um dia terão sua própria família. Os dedos mínimos representam os filhos e assim como tão facilmente afastamos os dedos, nossos filhos crescem e casam.

Agora experimente separar os dedos anelares. FORÇA!!! Desista!, Não conseguirá afastá-los, pois eles representam a companheira e isto é o Corpo Humano a mais fantástica obra de Deus a nos dizer que marido e mulher devem viver juntos o resto da vida!


Colaboração: Sérgio Quirino Guimarães


SIMBOLATRIA – VENERAÇÃO EXCESSIVA POR SÍMBOLOS


Há muitos anos, grande parte de escritores maçônicos, afirmam que o simbolismo maçônico constitui um meio privilegiado para alcançar as “mais altas verdades da ordem”. Esta crença leva alguns Irmãos a buscarem significados mais profundos para os nossos símbolos, em áreas frequentemente não relacionadas à Maçonaria. E isso se torna o principal assunto nos trabalhos apresentados em loja.

O resultado disso é o desenvolvimento de um simbolismo tal que os símbolos são reverenciados por si só, o que parece estabelecer um novo culto, a “simbolatria” ou veneração excessiva aos símbolos maçônicos.

A ideia de um “conhecimento de ordem maior” inacessível pelos meios habituais disponíveis para o homem, mas que pode ser alcançado através do uso de símbolos, estava em voga desde a origem da Maçonaria, sendo uma das principais preocupações dos primeiros maçons. Este conceito foi potencializado por alguns autores, como Oswald Wirth, Jules Boucher, René Guénon, Jean-Pierre Bayard, entre outros…

Boucher, por exemplo, escreveu: “A Maçonaria abre o caminho para a iniciação, ou seja, o conhecimento, e seus símbolos permitem o acesso a isto”.

Esta declaração nos informa que os símbolos maçônicos são o meio de ascender a certo conhecimento. Na verdade, a simbolatría é um desvio desta declaração, um exagero dessa teoria, que tem pelo menos quatro características: Ausência de método, exacerbação interpretativa, a teoria da livre interpretação de símbolos e a perda do senso comum mais básico.

Descrevendo estas características:
1 – Ausência de método ou afirmações sem provas.
Guénon escreve, por exemplo: “o simbolismo é o melhor meio para ensinar as verdades de ordem superior” (Símbolos da Ciência Sagrada).

Bayard continua: “Essa linguagem silenciosa (símbolo), refletindo a tradição e a ordem cósmica, pode desvendar a essência das coisas” e também “o simbolismo é um pouco de todas as ciências e sua síntese” (Periódico Francês, Chaîne d’união, 1948-1949).

Bem, esses textos nunca são acompanhados por instruções que permitiriam um Símbolo, de passar conhecimento. Não há exposição sistemática de alguma forma de acesso ao conhecimento através de símbolos maçônicos. Para a falta de método, como olhar para uma coisa e encontrar outra, catalogar símbolos maçônicos serve como uma solução alternativa para a pesquisa científica, que desprende tempo, dinheiro e muitas horas de reflexão para um entendimento plausível.

2 – A exacerbação interpretativa
A interpretação moral dos símbolos é geralmente considerada trivial, inadequada e indigna da “verdadeira” Maçonaria, e, portanto, é quase que rejeitada.

Boucher escreve: “Quando se fala de símbolos somente como dissertações morais, pode-se ter certeza de que este nem sequer recebeu a inteligência básica dos símbolos”.

Graças aos nossos antepassados, “nossos antigos Mestres”, a inserção da maioria dos nossos símbolos na maçonaria, foi justamente pelo ensinamento moral contido neles, ou nas suas interpretações. Mas alguns autores preferem aulas de explicações sobre ciências ocultas, numerologia, astrologia, cartas de tarô, magia, alquimia ou cabala e assim constituem as suas fontes interpretativas.

Boucher, que era um adepto da magia, escreve, por exemplo, sobre o irmão “guarda do templo”: “a ele é fornecido com uma espada mágica destinada a dissolver os conglomerados fluídicos. O guarda do templo requer uma qualificação mágica.”

Wirth gosta de cartas de tarô, outros são dedicados a numerologia, muitos autores são inclinados para a Cabala, sem saber ao menos uma palavra hebraica.

Infelizmente, todos estes simbolistas foram copiando interpretações uns dos outros, e se esforçaram para propor novas interpretações, cada vez mais excessivas, e como às vezes os autores não conhecem o assunto tratado, em vez de ler, passaram a “copiar e colar” obras de segunda ou terceira mão, o que leva a desastres.

3 – A livre interpretação de símbolos
Alguns defendem a ideia de que todos podem interpretar livremente um símbolo, o que dá margem para uma frase como esta: “o símbolo que não significa uma realidade, evoca necessariamente, tudo e o seu contrário, ou vice-versa, é claro”. Este é um claro exemplo de que a livre interpretação sem considerar fatos concretos, dá margem para qualquer tipo de invenção, o que acredito não ser a finalidade do ensino maçônico.

4 – Perda de sentido crítico
Acrescente a característica anterior, a perda de sentido crítico que atinge os maçons quando falam de simbolismo. Não quero aqui, travar o livre pensador que cada um de nós deve desenvolver. Mas, quando se trata de falar de símbolos e simbolismo, eu acho que há uma abolição total desta qualidade, e vemos que alguns sofrem de uma cegueira mental e estão dispostos a engolir todos os erros e absurdos que lhe são apresentados.

Basta participar de qualquer grupo de debates, seja por aplicativos de comunicação, grupos de e-mail ou fóruns, que se observa claramente a disseminação de informações errôneas, sem qualquer investigação prévia, o que acaba incutindo na mente dos participantes, barbaridades no ponto de vista do real pesquisador. Aí está o risco de cairmos na máxima de Joseph Goebbels, propagandista de Adolf Hitler, “Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade”.


Esta preocupação de estarmos especulando demasiadamente sobre a simbologia maçônica, já foi observada por alguns pesquisadores, conforme alguns exemplos de declarações que seguem abaixo:

1.) J.R. Rylands – Quatuor Coronati Lodge.
“A Maçonaria tem pouco risco de sofrer ataques de inimigos de fora das suas fileiras, mas poderia sofrer das atividades dos seus membros entusiasmados e equivocados. É difícil avaliar a extensão dos danos na amizade calorosa a Ordem, e o que pode haver no futuro pela atividade do que poderia ser chamado de escola pseudo-mística […].

No entanto, existe sem dúvida, uma rejeição a qualquer princípio verdadeiro de estudo histórico real e desprezo pelo método científico. Em sua facilidade extravagante para inventar, substituindo a fraternidade pelo individualismo, os esforços desta escola são absolutamente opostos aos objetivos desta loja […].

Como poderia haver um espírito de investigação crítica se você considera a Ordem como uma seita pseudo-mística? […] Reconhecemos que na Maçonaria há espaço para todas as categorias de escolas filosóficas, mas com certos limites […]. Mas eu sugiro que devemos sempre olhar com preocupação o surgimento de um dogmatismo onde prevalece a liberdade de interpretação, como agora […]. E, no entanto, não se pode negar que o dogma tem o seu lugar em diferentes explicações na Maçonaria praticada hoje.

Com muitas partes de cena filosófica que nos diz que a Maçonaria é isto ou aquilo, nós somos convidados a aceitar uma série de significados mais profundos e simbolismo oculto.”

2.) F.R. Worts – Aviso para os estudiosos da maçonaria (1923)
“A Ordem moderna é essencialmente especulativa e cada maçom deve necessariamente ser especulativo, de uma certa maneira, em suas atitudes frente aos seus princípios, mas há uma tendência muito grande em superar os limites da verdadeira pesquisa especulativa e exagerar nos valores simbólicos.

Esta tendência já estava fortemente desenvolvida no final do século XVIII, e nos tempos modernos evoluiu para uma questão perigosa, tanto para a ordem, como para a correta compreensão de suas exigências morais e seus ensinamentos.

Infelizmente este simbolismo extremamente exagerado foi ensinado por maçons famosos e verdadeiros como Oliver, Fort Newton e Wilmshurst, que exerceram uma grande influência em seu tempo. Tais interpretações especulativas extremas são inaceitáveis ​​[…].

 As explicações simbólicas que estão nos rituais modernos, são claras, simples e totalmente satisfatórias. É direito incontestável de cada maçom, investigar as interpretações que ocupam suas aspirações espirituais, mas deve levar em conta as linhas de Tennyson sobre a “falsidade dos extremos” e não se inclinar rapidamente para aceitar as explicações mais comuns até que você possa fazer com plena convicção”.

3.) E. Ward – Conferencias Prestonianas (1970)
“As palavras são símbolos para transmitir idéias para o espírito humano, e se deduz que durante longos períodos mudaram o significado que eles tinham, e sem dúvidas são temas que temos que considerar. Nos primeiros dias da Maçonaria muitas das palavras transmitidas por nossos antecessores tinham um sentido muito diferente do que comumente aceitamos hoje”.

4.) H. Ward em “resumos” da Loja Quatuor Coronati (1969)
“Descobrir sua própria interpretação dos nossos símbolos é o melhor tipo de exercício maçônico; o único perigo é que isso poderia te levar muito longe das explicações simples que são normalmente prestadas. Muitos de nós já vimos exemplos maravilhosos, que não têm nenhuma relação com a Maçonaria e que jamais existiu na mente de quem trouxe as palavras e os procedimentos que usamos hoje. O simbolatría (veneração excessiva de símbolos) volta o simbolismo para o complexo e obscuro.

Gera um desperdício inútil de mero simbolismo adotado para uma melhor compreensão dos conceitos morais. A Maçonaria não define o significado dos símbolos. Ela convida os seus membros a especular sobre o seu significado. Esta liberdade de interpretação é boa, mas quando levada ao extremo pode não dar nenhum benefício, e for perigoso para aqueles que não têm uma cultura maçônica suficiente.

Os símbolos são utilizados para uma melhor compreensão dos conceitos que sustentam. Eles não devem ser venerados com o objetivo de terminar a investigação daqueles que procuram ter uma interpretação que os satisfaça mais emocional do que intelectualmente.”

Conclusão
Como reflexão final sobre o assunto em pauta, entendendo a importância de se investigar, avaliar e pesquisar sobre como e por que a simbologia maçônica foi formada ou formatada pelos nossos antecessores, sendo assim deixo a seguinte expressão, para nossa reflexão: 

“NÃO A SIMBOLATRIA, SIM AO SIMBOLISMO”.

Luciano Rodrigues


REFLEXÕES SOBRE REDES SOCIAIS E MAÇONARIA

As redes sociais se constituem em hábito presente na vida de todos nós, atraindo cada vez mais e mais usuários, especialmente entre jovens já nascidos na era da mobilidade digital. Não se trata de “modismo”, mas de comportamento definitivamente incorporado na vida de um número cada vez maior de pessoas. 

Criou-se uma espécie de dependência dessa forma de interação interpessoal, não presencial e imediata. Em qualquer lugar e com apenas um clique pode-se entrar em contato com uma, várias ou centenas de pessoas.

Recente publicação de “O Globo” ([1]) dá conta de pesquisa feita na Universidade de Pittsburgh, com quase dois mil adultos americanos de idade entre 19 e 32 anos, revelando que quanto mais tempo as pessoas passam navegando por plataformas como Twitter, Face book, Istagram, Linkedln, Whatsapp e outras maiores são as chances de elas experimentarem uma sensação de isolamento social.

Esse é um fenômeno observado desde a década de 1.990, quando estudos começaram a constatar o chamado “paradoxo da Internet”, ou seja, a contradição entre a extrema facilidade e de se manter contato virtual com tanta gente, por intermédio das redes, e a “ausência real de contato humano”. Ou seja: mais tempo “on-line”, menos tempo no mundo real.

É compreensível, mesmo ao leigo, essa relação direta entre o aumento do uso da Internet e o isolamento. Algumas pesquisas constataram que essa prática também aumenta a sensação de angústia, ansiedade, inveja, frustração e estresse, o que torna a coisa toda, um problema de saúde. Contudo, as conclusões desses estudos também apontam para o fato de que os malefícios advindos do uso das redes dependem da forma como os usuários se envolvem com essas plataformas. 

O que se poderia afirmar, com alguma segurança, é que, se alguém utiliza as redes para estimular e aumentar contatos reais com outras pessoas, isso será sempre saudável, do ponto de vista individual e social.

De todo modo, essa não é uma questão simples. Ao contrário, é complexa demais para ser tratada neste artigo, mesmo porque o mérito dessa questão não é o objetivo ora proposto. Também não se cogita, aqui, do uso das mídias nas relações institucionais, pois, neste ponto, a Ordem e sua estrutura organizacional se utilizam 
das ferramentas e tecnologias como qualquer outro empreendimento, público ou privado.

O que realmente interessa, neste artigo, é fazer algumas reflexões sobre o uso das redes sociais pelos maçons, enquanto irmãos, e as suas relações com a vida maçônica e, destacadamente, confrontar com as tradições da fraternidade e da existência necessária da Loja Maçônica, como centro de união e lugar de “encontro real” entre seus obreiros.

Nesse sentido, deve-se reconhecer, desde logo, o aspecto positivo que as redes sociais proporcionam à fraternidade maçônica, dada a rápida interação dos irmãos entre si e com as atividades da sua Loja e fora dela. Isso vale especialmente nas grandes cidades, onde a mobilidade urbana é fator que sempre dificulta encontros presenciais, os quais, por isso mesmo – e quase sempre –, acabam por se restringir às sessões maçônicas, ordinárias ou não, e eventos importantes organizados pela Loja no plano maçônico, familiar ou social.

Em algumas plataformas, como é o caso do Whatsapp, essa facilidade de interação, para além do contato individual, apresenta pelo menos duas outras vertentes bastante comuns entre os membros de uma mesma oficina: a) um grupo específico para tratar exclusivamente de assuntos afetos à administração da Loja e do seu quadro de obreiros; e, b) um ou mais grupos onde os irmãos postam livremente aquilo que lhes parece oportuno dentro do espírito para o qual esse determinado grupo foi criado. Nestes últimos, a boa camaradagem e mesmo o bom humor são fatores importantes para agregar e manter presente o espírito daquela fraternidade em particular.

Óbvio que as observações feitas acima não esgotam as possibilidades de uso de tais redes pelos irmãos de uma Oficina, pois não raro se expande e pode interessar a outros tantos membros de outras tantas Lojas, independentemente de suas respectivas Potências, sejam elas nacionais ou não. Nesse amplo espectro, não seria de todo equivocado reconhecer que as redes sociais, assim utilizadas por maçons, poderiam reafirmar, na prática, aquele princípio de “universalidade da instituição maçônica”, bem como o sentimento de “pertencimento a uma grande família”, cujos membros, em comum, cultivam os mesmos rituais, valores e tradições.

Está claro, também, que as redes sociais propiciam novos espaços e possibilidades na comunidade maçônica. Além disso, podem, ainda, ser utilizadas para incrementar novas metodologias na produção de atividades culturais e na elaboração de trabalhos doutrinários ou filosóficos, tudo dependendo, apenas, da criatividade dos irmãos que busquem empregá-las de forma inteligente.

Nesse sentido, a Loja Harmonia e Trabalho, 222, iniciou interessante experiência no campo da produção maçônico-cultural, criando grupos de whatsapp e de e-mail, para propor e desenvolver pesquisas sobre temas específicos (História da Maçonaria, Filosofia, Simbologia, Doutrina, Ritualismo, Práxis maçônica, ou mesmo de comentários de lições dos diversos graus).

Cada grupo conta com seu respectivo coordenador, mas o planejamento da pesquisa e a divisão de tarefas são previamente definidos, de forma que cada um contribua com a parte da pesquisa que lhe cabe e apresente suas conclusões para debate com os seus pares. 

A facilidade está em que a apresentação e desenvolvimento dos temas são apresentados, pela mídia, aos demais participantes do grupo, para análise, comentários e discussão, até a formatação do texto final. Com isso, as ideias são ordenadamente desenvolvidas, debatidas e compartilhadas por todos, coisa que seria bem mais difícil, caso se tivesse de marcar reuniões presenciais com os integrantes, para apresentação de resultados e o necessário debate antes da conclusão do trabalho.

Enfim, mediante essas metodologias, as redes podem ser mais um importante elemento de integração entre os irmãos, em torno da valorização da cultura maçônica, preparando ambiente pedagógico para aqueles que vierem a compor futuramente os quadros da Loja. Desnecessário dizer que isso melhor orientará as ações do mundo profano, com base no conhecimento mais aprofundado dos princípios da nossa Sublime Instituição.

Certamente, essa ideia não é original e deve estar sendo explorada algures. Entretanto, o que importa encarecer é o fato de que essas novas metodologias e ferramentas virtuais se constituem, também, em mais um estímulo para aprofundar os conhecimentos da fraternidade, a par dos tantos outros métodos tradicionais e ritualísticos que fazem parte da própria essência evolutiva do ensinamento maçônico.

Para encerrar estas reflexões, cumpre retornar às considerações iniciais acerca da relação, observada por especialistas, entre o uso das redes sociais e o isolamento social. De fato, as redes aproximam as pessoas, mas, como isso ocorre de forma virtual, acaba comprometendo o envolvimento real e afetivo, se mantido apenas naquele nível superficial.

As redes vieram para ficar e são úteis e práticas para manter contatos com velhos e novos amigos, com colegas de trabalho ou com pessoas que sequer conhecemos pessoalmente, tornando tudo e todos mais próximos de nós como jamais estiveram. “Porém estamos ajudando menos aqueles que são próximos de nós, não sabemos nomes de vizinhos e pessoas com as quais convivemos, nossa rede de relação (física) cai vertiginosamente quando ainda temos 20 anos (idade considerada como auge da juventude). Em suma estamos nos distanciando daqueles que estão perto, para nos aproximarmos daqueles que estão longe.” ([1])

Neste contexto, impossível não cogitar e reafirmar a existência necessária da Loja Maçônica, enquanto “tempo e lugar” de encontro entre irmãos para aprofundarem, entre si, o conhecimento recíproco, como seres humanos iniciados na Arte Real. Definitivamente, não se concebe Maçonaria tradicional sem o “tempo-espaço” da Loja, onde os maçons se congregam e trabalham ritualisticamente. 

Por isso as Obediências reconhecidas internacionalmente como regulares advertem que, embora haja sites nesse sentido (FakeMasonary) ([2]), ninguém poderá ingressar e participar da Maçonaria pela via da internet, pois todo o processo é pessoal e exige a presença tanto na iniciação, quanto nas reuniões da Loja. ([3])

A essência da Maçonaria é aproximar os “seres humanos”, condição para construir uma fraternidade. Por isso, os primeiros artigos das Constituições dos Franco-Maçons, de 1.723, prescreveram a tolerância como virtude elementar e necessária entre pessoas que professam religiões, filosofias e ideias políticas diversas. A Loja tem sido, desde então, o lugar onde os maçons se encontram e superam suas diversidades pessoais, porque se reconhecem simplesmente como seres humanos.

Esse é o motivo pelo qual a Maçonaria há de se tornar o CENTRO DE UNIÃO e meio de conciliar, por uma amizade sincera, pessoas que teriam, perpetuamente, permanecidos separados. ([4])

Essa noção de encontro, que a Loja proporciona aos seus obreiros, é absolutamente fundamental para a existência da Maçonaria. É preciso estar presente, física e espiritualmente, nas reuniões maçônicas, porque é o encontro com outro ser humano que propicia a possibilidade de um aprendizado sobre nós mesmo. Nesse sentido, a melhor e mais profunda justificação que jamais ouvi sobre a verdadeira essência da Maçonaria talvez esteja nas palavras de Leo Apostel, quando afirma que:

Os Seres humanos, basicamente diferentes – i.é, diferentes social e psicologicamente, ideológica e emocionalmente – tentam encontrar-se em nível de intimidade, fora da sociedade civil, em um grupo fechado. Estas pessoas chamam a si mesmas de Maçons e utilizam vários rituais e mitos como instrumentos de suas reuniões. ([5])

E essas pessoas se reúnem para uma reeducação, baseada na redução do conhecimento ao puramente humano, para depois retornar ao convívio social com um sentimento de compreensão muito mais rico e fecundo. Essa interação é elementar, porque só é possível relacionar-se com outro quando aprendo a me conhecer e, vice-versa, aprendo mais sobre mim mesmo ao relacionar-me com o outro. É em presença dos irmãos, sob seus olhares, movimentos, ações e palavras que recebo suas ideias e sou influenciado por elas. Mas isso não retira de mim a minha liberdade e a minha individualidade. Aprimora-me!

A Loja Maçônica foi, é e sempre será o “espaço” e o “momento” para os maçons se encontrarem, física e espiritualmente, cultivando suas tradições obreiras, 
utilizando-se de práticas rituais, símbolos e mitos, como instrumentos de aperfeiçoamento moral e social. Em Loja, cria-se o ambiente propício para encontrar respostas que existem em cada um e em todos nós e, assim evoluir enquanto seres humanos.

E isto, jamais será possível por outra via que não seja presencial, real e não virtual. Aqui, a internet e redes sociais são inócuas e nunca poderão substituir a verdadeira iniciação e prática maçônicas. 

Por essa razão, a Maçonaria e nossas Lojas regulares são, igualmente, um porto seguro na atualidade, porque é da sua própria essência que haja o encontro pessoal, real e afetivo entre aqueles iniciados em seus mistérios, em oposição ao isolamento social, a ansiedade e estresse, que o exagerado uso das redes sociais possam eventualmente causar.

Antonio Carlos Bloes - (março/2017)
Loj“Harmonia e Trabalho, 222”

[1] - Cf. 06/03/2017, cf. em <http://oglobo.globo.com/sociedade/tecnologia/psicologos-alertam-que-uso-de-redes-sociais-pode-alimentar-solidao-21016908#ixzz4aq0pCm27>
 [2] - Cf. interessante artigo em <https://www.blink102.com.br/redes-sociais-e-o-isolamento-social>
[3] - Cf. <http://www.masonicinfo.com/fakemasonry.htm>
[4] - Cf. <http://www.masonicinfo.com/grandlodges.htm>
[5] - Cf. Constituições dos Francos Maçons ou Constituições de Anderson de 1723, Ed. Fraternidade, SP – 1982, pag. 50.
[6] - A Maçonaria – Um ensaio filosófico, Ed. Maç. ”A TROLHA” 1ª. ed., 1989, Londrina/PR, p. 11

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