SEJAMOS MAÇONS SEMPRE!


Meus Queridos Irmãos, Desmistificar a Maçonaria fazendo a sociedade comum conhecê-la como uma entidade comprometida com a ética, a cidadania e a construção social do País.

Desmistificar a Maçonaria desvinculando-a das opiniões que a confundem com religiões e seitas secretas de caráter duvidoso e ignóbil.

Despertar no Maçom o seu comprometimento para com a nossa Instituição, fazendo-o compreender que não somos uma associação de auxílio mútuo, um clube de serviço ou um simples grupo de amigos.

Fazer compreender que somos membros de uma Instituição que tem sua historicidade de 193 anos na Construção Social e política do nosso País.

Compreender que somos membros de uma Instituição cujos associados 100% são homens alfabetizados; muitos com nível superior e quem não o possui certamente concluiu o diploma da adversidade da vida; uma renda per capita significativa e uma maravilhosa capilaridade que reúne diversos Irmãos em vários seguimentos profissionais, políticos e culturais de nossa Nação.

Precisamos fazer com que nossos Irmãos entendam que Maçonaria não se faz em duas horas semanais na Loja e sim nas 166 horas lá na sociedade em que foram pinçados, fazendo a diferença, realizando seu papel de verdadeiro líder social, cujo caráter, ética e retidão são o produto que a Maçonaria põe à disposição para essa tão propalada Construção Social.

É importante conscientizar a todos que o maior patrimônio da Maçonaria é nossa fraternidade e cumpre-nos a manutenção dessa, sob pena de sucumbir seus propósitos e natureza.

É preciso conscientizar que nossos inimigos estão “lá fora” e não dentro de nossos Templos, no qual deve reinar a fraternidade e a amizade pura e desinteressada.

Para aqueles que embora iniciados não entenderam o significado de nossa missão e os princípios Sacrossantos de nossa Instituição, que adormeçam em nossas Colunas.

“As calamidades do presente não vencidas, são o ônus terrível do amanhã” e “é pelo ideal é só pelo ideal que nos dedicamos”, assim, mais do que simples leitura de um ritual, façamos dessas máximas o norte de desenvolvimento e progresso de nossa Instituição, que continuará ser imorredoura enquanto todos nós estamos apenas de passagem, portanto, façamos o nosso melhor a favor dessa Sublime Instituição que tanto amamos.

Sejamos maçons! Sempre Honremos nossos antepassados! Vamos cumprir nossa missão de espargir paz, amor e fraternidade neste mundo onde impera a ganância, a inveja e a intolerância.


Benedito Marques Ballouk Filho Grão-Mestre Estadual do Grande Oriente de São Paulo – GOSP

O ÁGAPE NA MAÇONARIA NÃO É CONFRATERNIZAÇÃO, É PARTE DO RITUAL


A espiritualidade é regida pelo princípio da temperança. O caminho de Buda é o arcano XIIII do tarot. Nem muito, nem pouco; o necessário. Quanto maior o conhecimento dos dois lados mais justa e perfeita será a justa medida. Quanto maior o anjo maior o demônio.

A busca espiritual é regida pela lei da dualidade e a dualidade não é apenas o maniqueísmo entre o bem e o mal, mas também o número 2. Todas as leis cósmicas estão em harmonia e não existe lei cósmica alguma que possa ser interpretada à sombra das outras.

As leis cósmicas são luzes e luzes se somam, não se anulam. Assim como o 1 faz o 2 o 2 faz o 3. A dualidade do 2 gera a trindade do 3 e o 3 é o caminho do meio. Os dois caminhos opostos geram um terceiro: o caminho do meio. Sem o 2 não há o 3.

É preciso passar pelo 2 para chegar ao 3. Quem se isola no 1 não alcança o 2 e quem não passa pelo 2 não chega ao 3 e o 3 é o objetivo. O 2 possui o 1 e o 3 possui o 2 e o 3. No 3 está a lei dos ciclos, quando tendo completado a volta se compreende o todo em harmonia alcançando-se uma nova etapa de compreensão. O 3 é o objetivo e não se alcança um objetivo sem percorrer as etapas necessárias.

É preciso compreender o 1 e o 2 para chegar ao 3. O 3 compreende o 2 e o 1 e o 2 compreende o 1.

Todo ensinamento exotérico da Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR) possui o seu equivalente esotérico e vice-versa. Não há dogma da ICAR que vá de encontro à Verdade, pois os dogmas da ICAR são as manifestações da Verdade no 1.

O caminho do 1 é o exotérico, é o dogma. O caminho do 2 é o esotérico; o esotérico existente no dogma no 1 e que acaba sendo erroneamente interpretado pelas pessoas como uma mera negativa ou antítese do dogma.

A ignorância do 2 resulta na ignorância do maniqueísmo de seguir e negar cega e sumariamente todo dogma. O caminho do 3 é a ciência do 1 e do 2; a compreensão da harmonia e da unidade entre o exotérico e o esotérico.

O 3 é a percepção da visão de Deus da ponta de cima do triângulo e de que Deus está além do bem e do mal porque está acima. O maçom, como buscador da Verdade, não pode ser escravo do maniqueísmo entre as pontas de baixo do triângulo, pois seu objetivo é ser como Deus e Deus não está nas pontas de baixo.

Tanto não cabe ao maçom ser escravo do dogma quanto não lhe cabe ser escravo da absoluta e completa rejeição do mesmo, pois então não seria livre. O maçom deve ser o 3 e o 3 é o equilíbrio, resultante da ciência do bem e do mal, entre o 1 e o 2.

O ágape na atual maçonaria especulativa não é uma exclusividade da atual maçonaria especulativa. O ágape é tão antigo quanto as escolas de mistérios no planeta Terra.

Se engana o maçom que pensa que o ágape foi inventado pela maçonaria e que após as sessões ele faz algo jamais visto no mundo. O ágape sempre fez parte das reuniões entre os Iniciados, inclusive desde a antiguidade. Entretanto, o modo como o ágape vem sendo conduzido pela atual maçonaria especulativa está cada vez mais distante do verdadeiro sentido do ágape para uma ordem iniciática como a maçonaria.

Cada vez mais o ágape vem sendo conduzido como uma mera confraternização entre os irmãos após as sessões. Assim como no mundo profano as pessoas se reúnem pelos mais diversos motivos para comer e beber, os maçons têm conduzido o ágape como uma mera reunião de comes e bebes entre amigos, esquecendo-se do caráter sagrado do ágape que deve haver na maçonaria, pois a maçonaria é sagrada e o sagrado deve gerar o sagrado, assim como o profano gera o profano.

O ágape na maçonaria não deve ser uma mera confraternização entre irmãos, mas deve ser o que sempre foi para os Iniciados: uma parte do ritual.

Quando uma pessoa recebe um comentário negativo de alguém ela se coloca em uma posição de perfeição negando sumariamente o comentário que recebeu e desqualifica seu crítico para desqualificar o comentário recebido.

A pessoa criticada sequer chega a ponderar sobre o comentário negativo que recebeu para avaliar o quanto aquilo poderia estar correto. Muita baboseira é dita em relação à maçonaria, mas algumas coisas acabam tendo sentido se considerada a postura como a atual maçonaria especulativa vem conduzindo a maçonaria.

Há quem diga que a maçonaria é uma mera reunião de homens que se juntam para comer e beber. Em termos tal afirmação não há de ser desqualificada, considerando que a atual maçonaria especulativa vê o ágape como uma mera confraternização entre os irmãos após as sessões para estreitar os laços fraternos.

Se a maçonaria não concorda com a opinião dos que dizem que ela é uma mera reunião de homens que se juntam para comer e beber, a maçonaria deveria avaliar se o seu ágape não se transformou em uma mera confraternização com comida e bebida. A transformação da visão externa é de dentro para fora, inclusive a maneira de como o mundo profano vê a maçonaria.

O ágape sempre fez parte dos rituais dos Iniciados. Hoje o acesso a um templo é fácil e cômodo. É possível encontrar lojas maçônicas na esquina, no próprio bairro e a poucos minutos de automóvel.

Na antiguidade o caminho até um templo era difícil para muitos. Iniciados faziam verdadeiras peregrinações, até mesmo de meses, para chegar a um templo.

Os templos ficavam até mesmo em lugares de difícil acesso físico para que se ocultassem dos olhares profanos. Tudo era mais difícil no plano material. O ágape na antiguidade era também uma forma de satisfazer a necessidade fisiológica de nutrição após todo o esforço físico para participar de um ritual.

Pessoas que tinham passado por grandes restrições físicas para chegar ao templo e participar do ritual tinham então o momento para se alimentar e se recompor. O Iniciado, mesmo após todo o esforço físico para participar de um ritual, faminto, diante da oportunidade de saciar sua fome e sem certezas sobre o seu retorno, se portava de uma forma introspectiva e contemplativa, pois o Iniciado sabe da importância da introspecção e da contemplação.

A sabedoria vem pela introspecção e contemplação e não é à toa que o mundo profano trabalha contra isto, inclusive demonizando tais comportamentos.

Pessoas gostam de rezar ou orar antes de suas refeições como uma forma de gratidão a Deus pelo alimento. Mas basta que digam o “amém” para que comecem a comer feito porcos.

À mesa gritam, faltam alto, deixam a televisão e o aparelho de som ligados da pior maneira possível, falam de assuntos absurdamente tolos, inúteis e abomináveis, atacam verbalmente os outros, presentes ou não, com indiretas ou diretas, falam sobre as intimidades das relações sexuais, inclusive sobre a vida sexual dos outros, e tratam o ritual de alimentação como se estivessem defecando no banheiro.

É evidente que não adianta agradecer a Deus antes de comer e depois comer com o Diabo, fazendo do ritual de alimentação um banquete no inferno. A “gratidão” a Deus, essa “gratidão” que virou moda falar para tudo quanto é coisa – “gratidão” para cá, “gratidão” para lá -, não se dá por palavras, mas pela conduta. Assim como o que importa em relação ao Amor não são as palavras, mas a conduta.

A gratidão a Deus pelo alimento não vem pelas rezas e orações ou por só comer verdurinhas, mas pelo respeito ao ato de se alimentar, alimentando-se conscientemente durante todo o ritual de alimentação, estando consciente do que aquilo representa na Criação.

A maçonaria preza pela fraternidade não apenas entre os irmãos, mas também com as cunhadas e os sobrinhos. Isto é bom, mas a obrigação ritualística deve sempre ser obedecida e estar acima dos interesses pessoais e transitórios.

Um dos objetivos do maçom como iniciado em uma ordem iniciática é perpetuar a ordem através da obediência incondicional às leis maçônicas e à ritualística. Da mesma forma que as cunhadas e os sobrinhos não participam das sessões fechadas também não devem participar do ágape, pois o ágape faz parte do ritual.

A maçonaria dá às cunhadas e aos sobrinhos incontáveis oportunidades de viverem a fraternidade maçônica, mas esta confraternização não deve ser feita no ágape.

A função do ágape não é confraternizar. Quando um homem ingressa na maçonaria, por mais que a ordem inclua a família do maçom, este é o seu caminho. A evolução espiritual é sempre um caminho individual.

Cada um evolui conforme seus próprios méritos. Todos evoluem individualmente e se a maçonaria é o caminho do maçom, as cunhadas e os sobrinhos também terão os seus caminhos. O desejo de ser amigo de todo mundo não pode se colocar acima da obediência à ritualística.

O caminho do 1 é o caminho do medo; o de se subjugar a Deus por temer os efeitos da desobediência – a ira de Deus e o sofrimento eterno da alma -. No caminho do 1 há o Deus que criou o homem para adorá-lo e isto se traduz no temor a Deus por ele ser todo poderoso.

Se no caminho do 1 há o temor a Deus pelo receio dos efeitos da desobediência, no caminho incompreendido do 2 há o Deus que não precisa ser temido, pois “Deus é amor”, e o temer a Deus do 1 é apenas uma forma de opressão e controle.

No 1 há o temor a Deus e no 2 incompreendido – compreendido no maniqueísmo e como antítese do 1 – nega-se a necessidade de temer a Deus. O 3 mostra que pode haver Amor no reconhecimento do poder de Deus.

O maçom só é maçom quando compreende o 3 e vive em paz com o reconhecimento do poder supremo do Supremo Arquiteto do Universo.

Para quem vive o 1 e não compreende o Amor de Deus, Deus deve ser apenas temido; para quem vive o 2 e não compreende o poder de Deus, Deus é apenas um bom camarada, mas quem vive o 3 compreende que amar a Deus, ser amado por Deus e estar sujeito ao seu poder supremo podem estar em harmonia. Os dogmas da ICAR que ressaltam o poder de Deus fazem parte do triângulo equilátero.

A compreensão do 3 pelo maçom resulta em seu respeito a Deus e ao modo como Deus faz as coisas; o respeito que vem não pelo medo, mas justamente por viver a harmonia entre amar a Deus, ser amado por Deus e estar sujeito ao seu poder supremo.

A alimentação é um dos modos de como Deus faz as coisas. O processo de se alimentar é o sistema que Deus tem para o homem se nutrir e se Deus tem este sistema ele deve ser respeitado. O Iniciado respeita o ágape porque no ágape o homem se alimenta e a alimentação é como Deus faz as coisas.

Por isto a alimentação deve ser respeitada e ser feita com consciência, na introspecção e contemplação natural que acompanham todo Iniciado. Em todo o processo da alimentação o Iniciado deve estar ciente de que este é o modo como Deus faz as coisas e respeitar este ato é respeitar o próprio Deus.

Os Iniciados da antiguidade realizavam o ágape como parte do ritual pela consciência da importância da alimentação por ser a alimentação o modo como Deus faz as coisas, não para confraternizar. Os Iniciados tinham tanta consciência do sagrado que tornavam tudo sagrado, inclusive o ato de se alimentar. O Iniciado consagra, o profano profana. O ágape deve ser consagrado, não profanado.

O ágape não é uma mera confraternização de pessoas que se reúnem para comer e beber bem, mas é parte do ritual. Sendo parte do ritual, o ágape deve ser conduzido e respeitado como tal, assim como se conduz e se respeita o ritual dentro do templo.

Em seu escopo de estreitar os laços da fraternidade o ágape não é um fim, é um meio. Os maçons não devem ter o ágape para comemorar a fraternidade, mas para estreitar os laços que os levarão às coisas maiores em favor da humanidade.

A informalidade do ágape abre portas que não poderiam ser abertas no ritual, mas as portas são muitas e cabe a cada maçom escolher qual porta quer abrir, já que as chaves lhe serão dadas. Há os que consideram a maçonaria como uma associação de homens de negócios que se reúnem com o intuito de estreitar as relações comerciais e utilizam o ágape para estreitar tais relações, vendo o ágape como a oportunidade para conversar sobre negócios e ganhar dinheiro.


É na liberdade da informalidade do ágape que cada maçom irá externalizar o que verdadeiramente espera da maçonaria. A última ceia de Jesus Cristo foi um ágape e aqueles que Jesus expulsou do templo foram aqueles que queriam se aproveitar das escolas de mistérios para enriquecer.


Rudy Rafael

O INEXATO TERMO ”EXALTAÇÃO” PARA O GRAU DE MM.'.

Inicio o presente traçado lembrando-vos que geralmente é conveniente “rejeitar dez verdades como sendo mentiras, do que aceitar uma única mentira como sendo verdade.”
Antes de dissecarmos sobre o tema acima proposto, recorro aos traçados do século XVII, através da pena do filósofo La Rochefoucauld, plenamente adequados ao século XXI, para reflexão daquele que como MM.’., deverá, ou melhor dizendo, deveria ter domínio sobre si mesmo. Perdoamos facilmente a nossos inimigos os defeitos que não nos incomodam. Não se deve julgar os méritos dos homens por suas grandes qualidades, mas pelo uso que delas sabe fazer.
As paixões mais violentas às vezes nos deixam em paz, mas a vaidade nos agita sempre. Os velhos loucos são mais loucos que os jovens. A conveniência é a menor de todas as leis, e a mais seguida.
Ganharíamos mais em nos mostrar tais como somos que em tentar parecer o que não somos. Estamos longe de saber tudo o que nossas paixões nos induzem a fazer. A vaidade nos induz a fazer mais coisas a contragosto do que a razão.
O termo EXALTAÇÃO é correspondente a Glorificar, tornar-se alto, levar ao mais alto grau de intensidade ou energia, elevar-se, portanto; totalmente inadequado ao conjunto da Cerimônia erroneamente denominada “exaltação” ao Grau de MM.’.
Baseado e alicerçado na História, recorro a tradição da Grande Loja dos Antigos de 1751, bem como à Grande Loja dos Modernos de 1717, que classifica de forma justa e perfeita como CERIMÔNIA DE ELEVAÇÃO AO GRAU DE MM.’. A GLUI manteve a lógica, permanecendo e fazendo uso do correto termo ELEVAÇÃO.
A história sinaliza que o REAA, amplamente praticado na América Latina, solidificado a partir da base do Rito de Heredom, com o acréscimo de 8 Graus, perfazendo os famosos 33 Graus, foi criado sem os graus simbólicos, ou seja, sem os graus 1,2 e 3, para ser praticado e trabalhado nos altos Graus.
A exceção dos povos de origem latina, raramente é trabalhado no simbolismo, mantendo a sua tradição inicial. Após breve exposição de fatos históricos, é fácil compreendermos várias adaptações no simbolismo junto ao REAA., como por exemplo a influência da Ordem Rosa + Cruz, e a inexata terminologia EXALTAÇÃO ao contrário do correto termo ELEVAÇÃO.
No recebimento do Gr.’. de MM.’., o Comp. se depara em um ambiente que o remete à morte. Posteriormente, vivencia a dor e a consternação com a morte do nosso Grão Mestre H.’.A.’. após ser elevado da esq. através dos 5 PPP. Após, efetivamente passa ter consciência de que o M.’. está morto, que a P.’. de M.’. se perdeu, e que o Templo está incompleto com sua construção paralisada. Que houve a perda da P.’. de M.’. com a quebra de uma das três Colunas de sustentação do Templo. Que S.R.I e H.R.T. não poderiam formar novos Mestres, impedindo por consequência, a difusão da Arte da construção.
Após deparar-se com o fato acima, não há como persistir na ilusão de que houve a decantada plenitude maçônica, muito ao contrário. Se o VM.’. de uma Loja Simbólica tenha parado no simbolismo, será incapaz de responder perguntas básicas, tais como: - a palavra foi recuperada? Como ocorreu, e como foi possível o término do Templo?
Queridos Mestres, devemos ter a humildade de observar que o Grau 4 do REAA. é chamado Mestre Perfeito. Por lógica e raciocínio, o Mestre de GR.`. 3 não é perfeito, porque obviamente há respostas mais adiante que obviamente ainda não sabe.
O magnífico Rito de York, não tão belo, pomposo e exotérico como o REAA é sublime e magnâmico quando Exalta o Maçom ao Mui Sublime Grau de Maçom do Real Arco. No Grau anterior, como M.E.M (Mui Excelente Mestre), viu o término e a dedicação do Templo. Exaltado, recuperou a palavra que se perdeu, tendo a honra de reviver um dos nossos três antigos Grãos Mestres, com a formação do triângulo vivo. Compreenderá ainda o por que do uso da antiga fórmula: “O VM.’. de minha Ofic.’. vos saúda por 3x3,” que geralmente é repetida como um papagaio que repete palavras, sem nenhum entendimento.
O Ritual de M.M. editado em janeiro de 2006 da EV.’. pela Mui Respeitosa GLESP na página 34, traça de forma J.’. e P.’. a correta terminologia que deveria adotar: “Pretendia Salomão ao término da construção, elevar a Mestres os que realmente merecessem.”
Outro absurdo e afronta à lógica numérica é o traçado formulado pela GLUI, através do Tratado de União de 1813, conforme segue; “A antiga pura Maçonaria consiste de três graus e somente três, isto é, Aprendiz, Companheiro e Mestre, incluindo o Sagrado Real Arco...” Para compreendermos o porquê da aberração frente à aritmética devemos recorrer novamente à História observando que o legítimo e irretocável R.Y., praticado na sua totalidade de Graus pela Grande Loja dos Antigos, permaneceu inalterado, graças ao GADU e a fatos Históricos, na antiga colônia da Inglaterra, conhecido como Estados Unidos da América, independente do julgo Inglês em 1776.
Recorro ao pai de todos os Ritos Maçônicos, o Rito de York, devidamente patenteado em 1779 por Tomas Smith Web. “Meu Ir., nessa humilde posição representais nada menos que o nosso antigo GM. operativo H.A., que por sua integridade foi assassinado pouco tempo antes que completasse o Templo. Dizemos que seu corpo foi elevado pelo Tq. Subs. do MM.’., também chamado de GR. do Leão de Judá. Com o mesmo Tq. Elevarei o vosso e, após elevar-vos, comunicarei a Pa. Subs. Do MM.’. pelos 5 PPP.”
“Deus Todo poderoso, nosso Pai Celestial, que Tua sabedoria permitiste que a morte fosse uma experiência inescapável da humanidade, concede-nos que, nessa representação simbólica deste encontro inevitável, não nos lembremos apenas da incerteza e da brevidade da vida, mas também de sua seriedade. Que nossos corações se elevem à esperança maior e à fé mais sólida no Teu cuidado e amor constantes. Que ao cruzar o portal da morte possamos adentrar nas Tuas Moradas Eternas, Teu Sanctum Santorum acabado, onde possamos continuar a Teu serviço e em Tua paz eterna. Amém.”
Que o presente trabalho apresentado nos conduza a busca de mais Luz, fazendo com que abandonemos irracionais pré-conceitos. Que façamos para tal, o uso do esquadro da razão.

Paulo Santos
M.'. I.'. - A.'.R.'.L.'.S.'. Verdadeiros Amigos 3902, Oriente de São Paulo (Brasil)
BIBLIOGRAFIA:
§  Lembranças das elevações ao Gr. de M.M. do REAA. e R.Y., além dos Graus de MEM., e MRA do legítimo R.Y.
§  Crédito e fonte consultada entre as devidas (“ “ ), indicando à quem pertence o Trabalho.


QUE MISTÉRIOS TÊM A MAÇONARIA?


O título deste artigo encerra em si uma dualidade proposital. Por um lado, pode ser tomado como irônico, pois faz uma alusão à forma sensacionalista como a maçonaria repetidamente é tratada por grande parte dos meios de comunicação de massa – como ‘misteriosa’, cheia de segredos e símbolos estranhos. Entretanto, a maçonaria de fato encerra em sua filosofia antigos mistérios, revelados apenas aos seus membros.

Por incrível que pareça, em pleno ano de 2014 muita gente ainda não faz ideia do que é a maçonaria, a despeito das toneladas de informação sobre essa instituição que circulam nas livrarias e, em maior volume ainda, na internet.

Muitos acham que ela é uma sociedade secreta, embora funcione em prédios nas principais avenidas das cidades e tenha personalidade jurídica constituída normalmente, como qualquer outra organização. Outros acreditam em toda aquela bobagem de satanismo, gerada por uma combinação perigosa de falta de informação e intolerância.

A maçonaria segue então com seu estereótipo misterioso para a maioria da população, atmosfera reforçada notadamente pelo caráter privativo de suas reuniões, que acontecem literalmente a portas fechadas.

Mas que mistérios serão esses que a maçonaria supostamente esconde das massas?

Para entendermos melhor, faz-se mister uma compreensão mais profunda da palavra ‘mistérios’. O dicionário Michaelis lista vários significados para este vocábulo. A maioria é relacionada com ’segredo’ ou ‘algo de difícil compreensão’.

Outras conotações surgem dentro do escopo religioso, especialmente o cristão. Mas a mera significação não é suficiente para entender a magnitude do conceito maçônico deste termo. Para isto, vamos pedir ajuda à filosofia, em particular, à filosofia do mundo antigo, que é a origem de muitos dos conceitos usados e estudados na maçonaria até hoje.

No antigo Egito e Grécia, sábios criavam centros de instrução onde candidatos que quisessem participar deveriam provar seu merecimento antes de serem admitidos. Este processo para o acesso chamava-se iniciação, e os centros chamavam-se escolas de mistérios.

O faraó Akhenaton, que iniciou seu reinado no Egito por volta do ano 1.364 a.C., e Pitágoras, filósofo e matemático grego nascido em 570 a.C., foram exemplos de pensadores que fundaram tais escolas. Os ensinamentos eram repassados em um ambiente privativo, longe dos olhos e ouvidos das massas, e versavam sobre ciências (matemática, astronomia, etc.), artes, música e ainda religião e espiritualidade.

O próprio Cristo mantinha um círculo interno de discípulos – os doze apóstolos – a quem ensinava sua doutrina com maior profundidade. Quando falava para as massas, Jesus usava uma linguagem mais simples, em forma de parábolas, para facilitar o entendimento.

Disse Ele: “Não deis aos cães as coisas santas, nem deiteis aos porcos as vossas pérolas” (Mateus 7:6), em uma clara referência de que nem tudo é para todos.

Hoje em dia, muitos dos conhecimentos destes antigos grupos continuam sendo ensinados, mas os locais não são mais ocultos. A antiga sabedoria dos iniciados deu origem a muitas das disciplinas comumente ministradas nos colégios e universidades.

Graças às escolas de mistérios, a ciência se desenvolveu mesmo nos períodos mais negros da história, e chegou a um nível de complexidade que, certamente, para os antigos seria visto como, no mínimo, surpreendente – talvez até inimaginável.

Portanto, concluímos que os mistérios mencionados no simbolismo maçônico são um corpo de ensinamentos, repassados aos seus membros de forma tradicionalmente inspirada nos antigos métodos das escolas de mistérios.

É certo que há uma corrente dentro da maçonaria que defende que essas escolas eram, na verdade, a própria maçonaria em sua forma primitiva; entretanto, estas suposições carecem de comprovações históricas e a maioria dos autores modernos tende a concordar que a maçonaria, na verdade, herdou o método antigo, tornando-se depositária de sua sabedoria.

Mas se a explicação da origem desses mistérios é simples assim, por que a maçonaria não permite então que qualquer pessoa adentre seus templos e compartilhe desse conhecimento?

Qual o sentido das portas fechadas, dos rituais e dos símbolos desenhados nas fachadas de seus prédios e vestes de seus membros?

A resposta é, novamente, a tradição. Os maçons formam um grupo muito antigo, cuja origem histórica deu-se em uma época tumultuada e confusa da humanidade – a idade média. Nessa época, as monarquias, geralmente aliadas ao clero, não estavam dispostas a dividir seu poder de influência com mais ninguém.

Assim, a perseguição a grupos considerados subversivos tornou-se uma obsessão, resultando no assassinato de centenas de milhares de pessoas. A chamada ‘caça as bruxas’ era um mecanismo de controle pelo medo, e a religião, através da manipulação dos conceitos das Sagradas Escrituras, exercia um domínio da sociedade extremamente eficaz.

Some-se isso ao fato da maioria do povo não saber ler nem escrever, e pronto: estava formado o panorama perfeito para a instalação de uma tirania.

Os maçons e outros grupos de pensadores, como os rosa-cruzes, tiveram que ocultar seus conhecimentos e manter suas opiniões em segredo – nessa época, as ordens iniciáticas eram mesmo sociedades secretas, cuja sobrevivência dependia do grau de invisibilidade que eram capazes de manter na sociedade dominada pelo poder virtualmente ilimitado dos déspotas políticos e religiosos.

Hoje a maçonaria não tem mais a necessidade de ocultar suas atividades. Aliás, na grande maioria dos países que substituíram os regimes absolutistas pela democracia, os maçons estavam entre as fileiras dos responsáveis por tais mudanças. Acontece que, sendo a ordem maçônica uma instituição que preza muito por sua própria história, mantém ainda sua tradição herdada das escolas de mistérios, onde o candidato a tornar-se maçom e ser recebido em uma loja deve provar ser merecedor de tal aceitação.

Mas iniciação hoje adquiriu um caráter simbólico e já não repete os penosos sacrifícios da antiguidade. Para se ter uma ideia, na já mencionada Escola Pitagórica, o recém-admitido não poderia proferir uma só palavra por cinco anos. Cinco anos no mais absoluto silêncio!

Práticas como essa ficaram para trás, e a ordem nunca esteve tão aberta como atualmente. Praticamente toda loja maçônica conta com uma página na internet, onde divulga textos e fotos de suas atividades. Muitos maçons fazem questão de salientar sua condição, ostentando anéis, pingentes ou broches com emblemas. E aquele que demonstrar interesse em entrar, tem toda a liberdade de conversar com um maçom conhecido e declarar seu propósito de fazer parte da ordem.

É válido ressaltar que, apesar de práticas mais radicais terem sido deixadas de lado, o processo de admissão ainda é bastante rigoroso, pelo simples fato de que, para a maçonaria, o importante não é a quantidade de membros e sim a qualidade destes.

Depois de uma conversa explicativa inicial, sindicâncias e entrevistas são conduzidas por maçons experientes, no intuito de avaliar o grau de interesse verdadeiro, bem como as qualidades de um ‘homem livre e de bons costumes’, além da crença em um Ser Supremo – prerrogativa obrigatória para a concretização da afiliação.

Tendo desenvolvido uma filosofia e método próprios de instrução ao longo dos anos, a maçonaria tem mantido seu caráter simbólico e iniciático através dos séculos. A beleza de ensinar e aprender através de alegorias é algo que, atualmente, só pode ser vivenciado no interior de uma loja maçônica.

A história da ordem e sua sabedoria está encerrada em seus rituais e suas lendas, que são passadas de maçom para maçom, da maneira antiga – por via oral. No interior de templos ornados com símbolos arcanos, homens que se tratam uns aos outros como irmãos buscam lapidar seus espíritos.

Os pedreiros de hoje erguem edifícios simbólicos, cujos tijolos são as virtudes humanas, solidificadas em nossas atitudes diárias com a argamassa do estudo diligente e da perseverança no trabalho.

Muita coisa já foi desvelada, em livros e revistas abertos ao público, até mesmo propositalmente, para permitir que o preconceito dê lugar à compreensão nas mentes das pessoas. Mesmo o interior dos templos pode ser visitado com certa frequência por não membros nas sessões públicas.

Mas ainda há verdades ocultas para serem vislumbradas. Porém, ao contrário do que o senso comum imagina, elas não estão escondidas por códigos, escritas em livros ou desenhadas em símbolos; a descoberta do verdadeiro segredo da maçonaria acontece mesmo é no silêncio do coração de cada maçom, de acordo com sua própria evolução mental e espiritual, com desdobramentos que influenciam sua vida e as vidas das pessoas que o cercam – e isso é, verdadeiramente, o grande mistério da ordem.

Texto: Ir.´. Eduardo Neves MM
Fonte: Adap.Vivência Maçônica 16 


O LIMPO E PURO SE TORNA JUSTO E PERFEITO


Bondosos Irmãos me aconselharam a não pretender consertar o mundo.
Agradeço o conselho, pois sei que eles desejam o meu bem e prezam pela minha saúde. No fundo, eles sabem que muita coisa tem que ser consertada. Todos eles, cada um à sua maneira, estão trabalhando duro para consertar este que é o melhor dos mundos.

Se desistíssemos de consertar o mundo não haveria necessidade da Maçonaria: poderíamos fechar nossas portas e irmos fazer o que boa parte dos profanos de avental anda fazendo: nada. Dizem que o progresso é lento, não há o que apressar; mas eu penso que temos que começar em algum momento - já deveríamos ter começado - não importa se vamos presenciar o mundo ideal.

Quando plantamos uma árvore, não temos de pensar se vamos nos sentar à sua sombra; alguém no futuro irá colher esse benefício. Este é o sentido da vida. Dito isso, vamos em frente com esquadros, compassos, alavancas, níveis, prumos e trolhas, maço, cinzel e espadas para consertar o mundo: bastam uns ajustes aqui e ali. Quanto ao bem da Ordem em geral, e das Lojas em particular, faríamos bem se começássemos pelo início: as sindicâncias.

Todos os dias vejo novos artigos na internet sobre as sindicâncias, sinal que o assunto preocupa muita gente e nada tem sido feito, em termos de instrução, legislação e regulamentos, para melhorá-las.

Começo minha dissertação pela certeza de que as Lojas não são "hospitais", nem reformatórios morais, apesar de o nome "oficina" sugerir uma lanternagem completa ou retífica de motor em seres humanos completamente enguiçados.

A Maçonaria não existe para consertar ninguém, e sim para aperfeiçoar o que já é bom.

Um candidato deve ser limpo e puro, isto é - isento de qualquer sujidade, impureza ou mancha; deve ser livre de culpa, um homem correto, apurado e não nocivo ao meio social. Puro quer dizer claro, transparente como o cristal sem mancha ou nódoa; imaculado, virtuoso e reto.

Ao se expressar em palavras, o candidato ideal deve dizer o que pensa e sente com sinceridade e franqueza. Apalavra candidato vem de "cândido", algo de grande alvura, muito branco e puro.

Ouvi dizer que na remota antiguidade os candidatos às iniciações compareciam vestidos de branco. Hoje, do jeito que são feitas, nossas sindicâncias avaliam tudo isso? Claro que não! Para começo de conversa, o papel aceita tudo: - Crê em Deus? - Sim. - Crê na preexistência e imortalidade da alma? - Sim (com essas duas respostas, resumidas em três letrinhas, pretende-se avaliar os questionamentos mais relevantes da humanidade e dos quais se ocuparam todos os filósofos durante mais de trinta séculos!) - Faz uso de bebidas alcoólicas? - Socialmente (e eu me pergunto o que é ingerir de álcool socialmente...) costumeiras entrevistas não dizem nada sobre a natureza íntima do candidato; podem, no máximo, atestar suas habilidades, seu modo de falar, o nível social em que vive e os bens que possui. Mas não revelam suas predisposições e seu verdadeiro caráter.

Percebem como é difícil sondar o coração e a mente de quem se diz limpo e puro? Indicar alguém "para a Maçonaria" é mais do que selecioná-lo num grupo de amigos; poderá ser alguém da melhor reputação, de refinada instrução e cultura, ostentar vida familiar exemplar, ter sucesso na profissão e nos negócios, mas... não possuir o PERFIL de maçom.

Como avaliar o perfil do candidato? - Isso só pode ser garantido pelo maçom que o está indicando - o "padrinho"; ele é a testemunha e avalista do conjunto de traços psicológicos que tornam o candidato apto para assumir as responsabilidades de homem livre em Loja.

Partem de quem apresenta um candidato às informações mais concisas, pois há de se supor que o padrinho conheça o candidato de longa data e intimamente. E mais: a Loja deverá estar certa de que o tal "padrinho" tem sido excelente maçom e obreiro dedicado.

De outra forma, sendo ele um maçom descompromissado, haverá de indicar um sujeito que se lhe assemelhe normalmente um bom piadista, excelente churrasqueiro, mestre cervejeiro, e só. Disso já estamos bem servidos.

Uma vez sindicado e aprovado pela Loja, com base no que está escrito e no julgamento subjetivo dos três sindicantes, marca-se a data da Iniciação.

O candidato bate à porta do Templo sendo declarado livre e de bons costumes. Daí em diante toca-se o ritual em frente com os mesmo erros e gaguejos de sempre, pois todas as atenções estão voltadas para os maçantes discursos no final e para o ágape no salão de festas.

Por estas e outras razões, quando ouço anunciarem que alguém foi indicado "para a Maçonaria", eu tremo... e costumo assistir com certa apreensão à cerimônia de Iniciação, pois não se pode dizer com certeza o que virá dali.

Tanta pureza e tanta inocência deveriam também ser levadas em consideração na escolha de nossos representantes no mundo político. A consciência de cada cidadão faz a sindicância durante a campanha eleitoral.

Em seguida vem o escrutínio secreto nas urnas. Apurados os votos e consagrado o homem público na cerimônia de posse, todos correm para tirar fotos com ele. Porém, muito cuidado: quem hoje posa do nosso lado em fotografias poderá amanhã estar posando para fotos de frente e de perfil, com ficha numerada e uniforme listrado, numa delegacia da polícia federal... Acontece a mesma coisa com o candidato que trazemos ao Portal do Templo Maçônico.

Só depois de muita convivência é que teremos alguma certeza de seu verdadeiro perfil. Não me censurem por dizer isso, pois os maiores problemas vividos pela Maçonaria foram e são causados por maçons regularmente indicados, passaram por sindicâncias, foram escrutinados e iniciados em Loja justa, perfeita e regular.

Eu poderia citar uma centena de casos locais, mas prefiro me ater ao escândalo internacional entre os anos 1966 e 1974, provocado pela Loja italiana "Propaganda Due" (Propaganda Dois ou P2) que foi declarada ilegal e expulsa do Grande Oriente da Itália por acusações de participação em negócios fraudulentos e envolvimento com a Opus Dei, membros remanescentes do nazismo, gente da máfia, conspirações neofascistas, o Banco do Vaticano e mortes misteriosas de autoridades e políticos italianos.

Prefiro não entrar em detalhes; esse assunto é altamente explosivo e polêmico. O que eu quero demonstrar é o caminho que certos "iniciados" podem vir a tomar, como no caso do Venerável Mestre daquela Loja "Propaganda Due", o empresário Licio Gelli, condenado a 18 anos de prisão em 1992, pela falência fraudulenta no caso do Banco Ambrosiano, e em 1994 por calúnia, delitos financeiros e por deter documentos secretos. Permaneceu em prisão domiciliar, e morreu em dezembro do ano passado em sua “villa” na Toscana.

Quem quiser se aprofundar no assunto, basta perguntar ao professor Google, ou ler o livro "Em Nome de Deus" do jornalista britânico David Yallop que investigou a morte do papa João Paulo I (Albino Luciani) em 1978.

Teoria da conspiração? fantasia? sensacionalismo? Vocês decidem (mas não confundam o título com outro livro, de Karen Armstrong, que trata do fundamentalismo religioso). E se não quiserem ter muitos pesadelos, leiam o último livro de Umberto Eco, "Número Zero", que mais verdades do que ficção.

Para os preguiçosos, que não leem de jeito nenhum, há os documentários no History Channel que podem ser visualizados no youtube: www.youtube.com/watch?v=QPjRBVtMJ88

O processo iniciático caracteriza-se pela passagem do homem livre e de bons costumes para Homem Justo e Perfeito (releiam esta frase e reflitam sobre seu significado... se julgarem conveniente e possível levem essa reflexão para as Lojas).

Neste mundo, dominado pelo materialismo, já é difícil encontrarmos um homem bom e justo, vocês sabem disso; mas certificar-se de que ele é limpo, puro, livre e de bons costumes é dificílimo. Diz à história que Diógenes, filósofo grego que viveu por volta de 300 antes de Cristo, perambulava pelas ruas com uma lamparina acesa, em plena luz do dia.

Perguntado por que, ele dizia que procurava por homens verdadeiramente livres, autossuficientes e virtuosos. Diógenes vivia seminu dentro de um barril e cercado pelos cães.

Desprezava a opinião comum e afirmava que a humanidade vivia de maneira hipócrita. Aconselhava a seus contemporâneos que observassem o comportamento dos cães para maior proveito nas relações pessoais e na política.

Na época dele talvez não existissem Lojas como as de hoje; mas se existissem ele seria o melhor dos sindicantes. Dizem que Alexandre, o Grande, sabendo das buscas que ele empreendia, foi procurá-lo para ser seu discípulo.

Encontrou Diógenes deitado no chão ao lado do barril, tomando um banho de sol. Impressionado, Alexandre disse: - Já conquistei todas as terras do mundo, mas desejo maiores conhecimentos. Peça-me o que quiser e eu lhe darei - honrarias, escravos e tesouros. Mas antes, como posso também ajudá-lo a sair dessa miséria?”Diógenes abriu preguiçosamente os olhos e respondeu:

- “Por favor, simplesmente afaste-se um pouco para a direita, pois está tapando a luz do sol”. Alexandre retirou-se, pois ele era apenas "o Grande", sem ser Justo e Perfeito. Quanto a Diógenes, por ser um livre pensador e não bajular os chefes, foi preso e vendido como escravo.


O Irmão José Maurício Guimarães é Venerável Mestre e fundador da Loja Maçônica de Pesquisas “Quatuor Corona, Pedro Campos de Miranda”, jurisdicionada à Grande Loja Maçônica de Minas Gerais. 

RELACIONAMENTO FRATERNO – PERDÃO - RETIDÃO - INVEJA


Uma simples desatenção de nossa parte em relação a outrem - mesmo que não intencional – pode, às vezes, gerar um desafeto. De modo geral, os nossos inimigos são pessoas que prejudicamos deliberadamente ou ainda cujos interesses contrariamos através de nossa conduta.

Os inimigos nem sempre são claramente identificáveis. Perdão - Perdoar aos que nos inspiram indiferença, ódio e desprezo, não nos querem bem; aos que nos ferem; aos que nos causam mal, que nos ultrajam e nos perseguem é tarefa espinhosa; mas, é precisamente isso que nos torna superiores a eles; se nós os odiarmos como nos odeiam, não valeremos mais do que eles.  
             
No evangelho de Mateus, Jesus inicia uma sessão de ensinamentos com a seguinte frase: “Se o seu irmão pecar contra você (...)”. Diante do que é colocado, Pedro levanta uma palpitante questão: “Senhor, quantas vezes deverei perdoar a meu irmão quando ele pecar contra mim?” O Mestre dos Mestres responde de forma enigmática, dizendo que não deveria fazê-lo somente sete vezes, mas sim, “setenta vezes sete” (Mateus 18.21-22). 

É interessante que a primeira preocupação que nos ocorre ao lermos este trecho é qual seria o significado da frase ”setenta vezes sete”.

Isso muitas vezes desvia a nossa atenção de alguns outros elementos bem mais importantes no texto. Um deles é o fato que este conjunto de ensinamentos trata dos desencontros entre “Irmãos”.
                                                                 

No entanto, se ambicionamos crescer espiritualmente, não há outro jeito. Devemos ter em mente que não é um feito impossível, basicamente, compete-nos começar por honrar e venerar o G.’.A.’.D.’.U.’. , confiando na Sua Justiça; melhorar o nosso procedimento, praticando o bem de todas as formas ao nosso alcance. Perdoar aos que nos tenham ofendido, pois aquele que se recusa a perdoar, não somente não é maçom, como não é nem mesmo cristão.

Orar pelos que nos vêem como inimigos. O sacrifício que nos obriga a amar aqueles que nos ultrajam e nos perseguem é penoso; mas, é precisamente isso que nos torna superiores a eles; se nós os odiarmos como nos odeiam, não valeremos mais do que eles.

Não se odeia quando se preza, odeia-se apenas aquele que está à nossa altura ou superior a nós. Perdoar é experimentar um pouco de Deus. Deus conhece os nossos méritos e sabe medir nossos esforços e apenas Dele devemos esperar a recompensa pelas nossas ações.

Que o Grande Arquiteto do Universo permita-nos, ao recebermos palavras duras e malévolas, um insulto, injúria ou injustiça, que voltemos os olhos para Ele e jamais que o nosso braço se levante contra um Irmão para vingar o agravo.                                                             

É admirável como a Sabedoria Divina transforma o ódio em pura afetividade, unindo os maiores desafetos em laços de genuína fraternidade através do trabalho regenerador e do perdão. Somos protagonistas de grandes erros e enormes males.

Admiramo-nos como podemos transportar conosco os rancores por tempo indeterminado, protelando soluções definitivas; como o ódio é força perniciosa que se volta sempre sobre quem o alimenta, lesando-o de forma muito mais grave do que o alvo de nossas intenções, devemos repudiá-lo até mesmo por “malandragem” sabedoria.

Assim, ao confiarmos na justiça de Deus, cedo ou tarde vamos encontrar a oportunidade para reparação do mal que causamos. O Grande Arquiteto do Universo, em sua magnanimidade, reúne os desafetos sob adequadas condições para que o amor sublimado prevaleça, apagando todos os vestígios de raiva, ódio e ressentimentos.

Em contrapartida, se nos pautamos pelo bem, mostramos aos nossos inimigos e desafetos que estamos nos transformando

Por outro lado, é notório que não conseguimos atrair simpatia para a nossa pessoa em todos os círculos. No presente estágio em que a humanidade terrena se encontra, é impossível agradar a todos os que nos cercam.

Como também é fato que nem todos com os quais convivemos nos agradam ou se afinam conosco. No entanto, temos que contribuir com o melhor das nossas possibilidades para o equilíbrio da existência comum, e cumprimento de um juramento solene. Retidão - O maçom tem por obrigação demonstrar que é possuidor da virtude da Retidão necessária para quem deseja vencer na ciência e na virtude. 

Retidão significa que as ações dos maçons devem ser retilíneas, sem contornos, subterfúgios e desvios.

O comportamento social e ético, esotérico e espiritual, deve para o maçom ser “transparente”. Simbolicamente, o maçom “transita” a sua jornada sobre a Régua das Vinte e Quatro Polegadas, significando que durante todo o dia deve manter-se correto.

A sinceridade, a coragem e a perseverança, deverão ser companheiros inseparáveis do maçom. Cremos que algumas medidas nos parecem indispensáveis para evitarmos granjear desafetos gratuitos. São reflexões que nos conduzem a conclusões relevantes e nos fazem calar todo impulso de crueldade que ainda teima em dirigir-nos os atos e habitar-nos as intenções. Entre elas sempre:

- honrarmos e venerarmos o Grande Arquiteto do Universo; 
- tratarmos todos os homens, sem distinção de classe e de raça, como nossos iguais e irmãos;
- praticarmos a Justiça recíproca, como verdadeira salvaguarda dos direitos e dos interesses de   todos. Agindo com justiça e com compaixão estaremos certos em todas as circunstâncias;
- tratarmos a todos que nos procuram com respeito e consideração;
- irmos ao encontro dos deserdados da fortuna e dos aflitos, praticarmos a Caridade e a Beneficência de modo sigiloso, sem humilhar o necessitado, incentivando o Solidarismo, o Mutualismo, o Cooperativismo e outros meios de Ação Social;
- ampliarmos a nossa disposição de ouvir o que os outros têm a nos dizer;
- não ofendermos e muito menos humilharmos a quem quer que seja;
- combatermos a ambição, o orgulho, o erro e os preconceitos, que acarretam o obscurantismo; 
- lutarmos contra a ignorância, a mentira, o fanatismo e a superstição; 
- dilatarmos a nossa capacidade de Paciência e Tolerância, que deixa a cada um o direito de seguir sua religião e suas opiniões, pois que cada um está situado num degrau de evolução;
- demonstrarmos empatia pelas necessidades dos outros; e, se necessário, extirparmos o mal que se aninha, mas sem abdicarmos da generosidade;
- por fim, se possível, tentemos – ou pelo menos facilitemos - a reconciliação com o inimigo. Se não for possível um entendimento, deixemos ao desafeto o ônus do fracasso. 

Por outro lado, não convém abrigarmos dentro de nós sentimentos de inimizade contra quem quer que seja.

Compartilhar espaços com quem nos prejudicou ou tenta nos prejudicar, reiteramos, não é tarefa fácil. Todavia, não devem partir de nós atitudes inamistosas, sobretudo em Loja. Inveja – A inveja não é propriamente um vício ou ato de maldade; ele pode surgir e desaparecer em uma fração de segundo.

É a reação inesperada que alguém possa ter ao presenciar que um conhecido seu, ou próprio irmão, receba um favor ou um destaque. Obviamente, essa atitude é maléfica ao próprio agente, que carreia para dentro de si uma porção de “veneno”. A inveja, por sua vez, como excrescência da alma humana, constitui um eficiente modo de construção de inimigos.

Corroído pelo importuno sentimento, seu infeliz portador só vê demérito onde há mérito. Normalmente, o indivíduo invejoso se sente incomodado com as conquistas, capacidades e recursos alheios, entre outras coisas.
   
Infelizmente, as inimizades – sejam elas motivadas pela inveja ou não – estão presentes em todos os agrupamentos humanos. As organizações humanas são terreno fértil para inimizades e inveja, inclusive nas Lojas maçônicas.

Dentro da Maçonaria, constatamos, infelizmente, a presença de invejosos, que sofrem quando alguém é eleito para cargo elevado, ou quando um autor do meio lança uma nova obra, ou quando um irmão recebe uma condecoração, ou até mesmo um simples elogio.

Irmãos sentem inveja da amizade, do relacionamento, da capacidade intelectual, da oratória, da posição social conquistada por outro e assim por diante. Sendo a inveja uma reação negativa, ela deve ser eliminada prontamente; os atos de desamor ferem a quem não ama; a inveja vem sempre acompanhada por outro sentimento menor, como a cobiça, e tudo que é negativo, a Maçonaria a repele e evita.
               
A reação contra o “pensamento invejoso” é o aplauso imediato e o rejúbilo com o qual foi agraciado por algo que aspiraríamos para nós. Essa atitude negativa não ocorre apenas dentro das Lojas maçônicas, mas também no mundo profano. Concluindo - Devemos ler, reler e meditar sobre a 4ª Instrução. Ela realça nossos possíveis erros e defeitos mostrando como repará-los.

Todos nós devemos colher os frutos de seus ensinamentos, oportunidade de amizade saudável e relacionamento fraterno. Aquilo que for semeado será colhido, semeai a boa semente que seus frutos serão bons!

BIBLIOGRAFIA
Klebber S Nascimento
ARLS Cavaleiros do Templo nº 26
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