O ESTUDO DA ORDEM E DOUTRINA MAÇÔNICA


Qualquer que tenha sido o vosso propósito e o anseio de vosso coração ao ingressar na Augusta Instituição que fraternalmente vos acolheu como um de seus membros é certo que não tereis entendido, a princípio, toda a importância espiritual deste passo e as possibilidades de progresso que com ele vos foram abertas.

A Maçonaria é instituição hermética no tríplice e profundo sentido da palavra. O segredo maçônico é de tal natureza, que não pode nunca ser violado ou traído, por ser mística e individualmente realizado por aquele maçom que o busca para usá-­lo construtivamente, com sinceridade e fervor, absoluta lealdade, firmeza e perseverança no estudo e na prática da arte. 

A Maçonaria não se revela efetivamente senão a seus adeptos, aqueles que a ela se doam por inteiro, sem reservas mentais, para tornarem-­se verdadeiros maçons, isto é, obreiros iluminados da inteligência construtora do universo, que deve manifestar-­se em sua mente como verdadeira luz que ilumina, desde um ponto de vista superior, todos os seus pensamentos, palavras e obras. 

Isto é conseguido por intermédio das provas que constituem os meios pelos quais se torna manifesto o potencial espiritual que dorme em estado latente na vida rotineira, as provas simbólicas iniciais e as provas posteriores do desânimo e da decepção.

Quem se deixar vencer por elas, assim como aquele que ingressar na associação com um espírito superficial, deixará de conhecer aquilo que a ordem encerra em sua forma e seu ministério exterior: deixará de conhecer seu propósito real e a força espiritual oculta que interiormente anima a ordem.

O tesouro acha-­se escondido profundamente na terra. Só escavando, buscando-­o por debaixo das aparências, pode-se encontrá-lo. Quem passa pela instituição como se fosse uma sociedade qualquer ou um clube de serviço, não pode conhecê-­la: somente permanecendo nela longamente, com fé, esforçando-se e tornando-se maçom, reconhecendo o privilégio inerente a esta qualidade, ela revelará o tesouro oculto. 

Deste ponto de vista, e qualquer que seja o grau exterior que se possa conseguir, ou que já tenham sido conferidos para compensar de alguma forma os anseios e desejos de progresso, dificilmente pode-­se realmente superar o grau de aprendiz.

Na finalidade iniciática da ordem, somos e continuaremos sendo aprendizes por um tempo muito maior que os simbólicos três anos de idade. Oxalá fossemos todos bons aprendizes e continuássemos sendo-o por toda nossa existência!

Se todos os maçons se esforçassem primeiro em aprender, quantos males têm sido lamentados e que ainda serão lamentados, não mais teriam razão de existir.

Ser um aprendiz, um aprendiz ativo e inteligente que envida todos os esforços para progredir se iluminando no caminho da verdade e da virtude, realizando e colocando em prática, fazendo-­a carne de sua carne, sangue de seu sangue e vida de sua vida, a doutrina iniciática que se encontra escondida e é revelada no simbolismo do grau, é, sem dúvida, muito melhor que ostentar o mais elevado grau maçônico. Permanecendo na mais odiosa e destruidora das ignorâncias dos princípios e fins sublimes de nossa ordem não levam à evolução. 

Não devemos ter pressa na ascensão a graus superiores. O grau que nos foi outorgado, e pelo qual exteriormente somos reconhecidos, é sempre superior ao grau real que alcançamos e realizamos interiormente, e a permanência neste primeiro grau dificilmente poderá ser taxada de excessiva, por maiores que sejam nossos desejos de progresso e os esforços que façamos nesse sentido.

Compreender efetivamente o significado dos símbolos e cerimônias que constituem a fórmula iniciática deste grau, procurando a sua prática todos os dias da vida é melhor que sair prematuramente dele, ou desprezá-­lo sem tê-­lo compreendido. 

A condição e o estado de aprendiz referem-­se, de forma precisa, à nossa capacidade de apreender; somos aprendizes enquanto nos tornamos receptivos, abrindo-­nos interiormente e colocando todo o esforço necessário para aproveitarmos construtivamente todas as experiências da vida e os ensinamentos que de algum modo recebemos. Nossa mente aberta e a intensidade do desejo de progredir determinam esta capacidade. 

Estas qualidades caracterizam o aprendiz e o distinguem do homem comum dentro ou fora da ordem. No profano, segundo se entende maçonicamente esta palavra, prevalecem a inércia e a passividade, e, se existe desejo de progresso, aspiração superior, encontram-se como que sepultados ou sufocados pela materialidade da vida, que converte os homens em escravos completos de seus vícios, de suas necessidades e paixões.

O que torna patente o estado de aprendiz é exatamente o despertar do potencial latente que se encontra em cada ser e nele produz um veemente desejo de progredir, caminhar para frente. Leva a superar todos os obstáculos e limitações, tira proveito de todas as experiências e ensinamentos que encontra em seus passos. Este estado de consciência é a primeira condição para que seja possível tornar-­se maçom em sentido lato. 

Toda a vida é para o ser ativo, inteligente e zeloso, uma aprendizagem incessante. Tudo o que encontramos em nosso caminho pode e deve ser um proveitoso material de construção para o edifício simbólico de nosso progresso. O templo que assim erigimos a cada hora, cada dia e cada instante à glória do Grande Arquiteto do Universo: é o princípio construtivo e evolutivo em nós mesmos.

No fundo tudo é bom, pode e deve ser utilizado construtivamente para o bem: apesar de que possa ter-­se apresentado sob a forma de experiência desagradável, contrariedade imprevista, dificuldade, obstáculo, desgraça ou inimizade. 

Eis o programa que o aprendiz deve esforçar-se em realizar na vida diária. Somente mediante este trabalho: inteligente, zeloso e perseverante, ele tem a possibilidade de converter-se em obreiro da inteligência construtora, e companheiro de todos os que estão animados pelo mesmo programa e finalidade interior. 

O esforço individual é condição necessária para o progresso. O aprendiz não deve contentar-se em receber passivamente as ideias, conceitos e teorias vindas do exterior, e simplesmente assimilá-­las, mas trabalhar com estes materiais, e assim aprender a pensar por si mesmo, pois o que caracteriza a instituição maçônica são a mais perfeita compreensão e realização harmônica de dois princípios: liberdade e autoridade.

Estes se encontram amiúde em franca oposição ao mundo profano. Cada um deve aprender a progredir por meio de sua própria experiência e por seus próprios esforços, ainda que aproveitando segundo seu discernimento e experiência daqueles que procederam nesse caminho. 

A autoridade dos mestres é simplesmente guia, luz e apoio para o aprendiz, enquanto não aprender a caminhar por si mesmo. Seu progresso será sempre proporcional aos seus próprios esforços. Assim é que esta autoridade, a única reconhecida pela Maçonaria, nunca será resultado de imposição ou coação, mas o implícito reconhecimento interior de superioridade espiritual, de um maior avanço na mesma senda que todos indistintamente percorrem. Aquela autoridade natural que somente conseguimos reconhecendo a verdade e praticando a virtude.

O aprendiz que realizar esta sublime finalidade da ordem reconhecerá que em suas possibilidades há muito mais do que fora previsto quando, inicialmente, pediu sua filiação e foi recebido como irmão.

O impulso que o moveu desde então foi radicalmente mais profundo que as razões conscientes determinantes. Naquele momento atuava nele uma vontade mais elevada que a da sua personalidade comum, sua própria vontade individual, a vontade do divino em nós. Seja ele consciente desta razão oculta e profunda que motivou sua filiação à augusta e sagrada ordem por suas origens, natureza e finalidades. 

A todos é dado o privilégio e a oportunidade de cooperar para o renascimento iniciático na Maçonaria, para o qual estão maduros os tempos e os homens. Façamo­-lo com aquele entusiasmo e fervor que, tendo superado as três provas simbólicas, não se deixa vencer pelas correntes contrárias do mundo nem arrastar pelo ímpeto das paixões nem desanimar pela frieza exterior, e que, chegando a tal estado de firmeza, amadurecerá e dará ótimos frutos.  

Mas antes aprendamos o que é a ordem em sua essência: origem, significado da iniciação simbólica pela qual fomos recebidos.

A filosofia iniciática da qual provêm os elementos.

O estudo dos primeiros princípios e dos símbolos que os representam.

A tríplice natureza e valor do templo alegórico de nossos trabalhos e a sua qualidade.

A palavra dada para uso e que constitui o ministério supremo e central. Receberemos assim o salário merecido como resultado de nossos esforços e nos tornaremos obreiros aptos e perfeitamente capacitados para o trabalho que de nós é exigido. 

 Texto extraído do livro Manual do Aprendiz Franco-Maçom
Sociedade de Ciências Antigas



FAÇA-SE A LUZ! ... E A LUZ FOI FEITA, MAS... A CUSTA DE VELAS!


Um fato interessante teria se passado, lá pelos idos do ano de 1946, num vilarejo de pouco mais de dez mil habitantes, localizado em uma região interiorana do Brasil.

Segundo afirmam testemunhas ainda vivas, o que vem sendo passado de ano para ano até os dias de hoje, não se trata de ficção, mas sim, de uma história que, verdadeiramente, aconteceu.

Na cidade havia uma pequena usina hidrelétrica cuja capacidade operacional limitava-se ao volume de águas que recebia do também pequeno riacho conhecido por “Ponte Funda”.

Devido a isso, seu funcionamento ficava restrito a apenas uma parte do dia, sempre das dezoito às vinte e quatro horas. Além do mais, as quedas de energia eram frequentes e muitas vezes prolongavam-se, sem solução imediata, deixando a cidade às escuras por vários dias.

Na localidade não havia assistência técnica e quando esta se fazia necessária a única solução era sair em busca dos demorados recursos de outras regiões mais desenvolvidas.

Certo dia aconteceu que, segundo consta no livro de atas da Loja Maçônica do lugar, um clima festivo muito bom se formava entre os maçons porque eles estavam se preparando para a realização de mais uma sessão magna de iniciação.

Eram apenas dois candidatos, mas, ambos, considerados de peso para a maçonaria local. Um era o Prefeito, o outro, o Secretário da pasta de Energia. Tudo estaria convergindo conforme o planejado. Pretendia-se fechar com brilhantismo aquela que seria, sem dúvida, uma das mais importantes sessões já realizadas pelos Obreiros locais.

Enfim, o momento tão esperado chegou.

Em loja, as colunas e o oriente repletos, os irmãos ocupantes de cargos já em seus respectivos postos, todos aguardavam apenas que os trabalhos fossem iniciados e isto aconteceu na hora estabelecida sem nenhum contratempo.

Mas eis que, quando os trabalhos já caminhavam para o seu encerramento, em meio à escuridão e batidas de malhetes, uma voz ressoou: ...

A LUZ SEJA DADA AOS NEÓFITOS!

Passaram-se alguns segundos e... cadê a luz?

Ela não vinha! Uma grande apreensão tomou conta do recinto.

O Cobridor Interno, a quem fora incumbida a tarefa de controlar a iluminação do Templo, dirigiu-se rapidamente ao Mestre de Cerimônias para informar-lhe de que a energia tinha ido embora.

Acionei o interruptor, mas as luzes não se acenderam. Acho que a energia foi embora, disse ele.

No mesmo instante, o Irmão Mestre de Cerimônias foi até ao ouvido do Venerável e lhe passou a informação recebida do Irmão Cobridor.

Sem muito tempo para pensar e encontrar uma rápida saída para solução do impasse, o Venerável anunciou aos presentes que dado a um pequeno imprevisto os trabalhos seriam interrompidos por alguns instantes até que o mesmo pudesse ser superado.

À medida que o tempo passava o Venerável foi ficando cada vez mais inquieto.
Consultava os irmãos dos à sua direita, e os da sua esquerda também.

Do lado direito do seu altar permanecia o irmão Mestre de Cerimônias, que não podia ser visto por causa da escuridão. Enfim, o Venerável tomou uma decisão.

Chamou o irmão Mestre de Cerimônias e disse-lhe em voz baixa: “A luz será dada aos neófitos por meio de velas. Uma para cada irmão e o imprevisto estará superado,  mas tem que ser rápido.”

Procurando agir tal como o Venerável pedira, o irmão Mestre de Cerimônias foi até ao local onde se guardavam as velas, mas nada encontrou.

Lembrou-se, então, do Cobridor Externo. Deslocou-se, rapidamente para fora do Templo e, ao passar pelo átrio, deu de frente com o citado irmão. Enfiou a mão no bolso, tirou alguns trocados e solicitou-lhe que, obsequiosamente, se dirigisse sem demora ao pequeno empório da esquina à procura de velas. Tem que ser rápido vá correndo, pois o Templo está às escuras, disse o irmão Mestre de Cerimônias.

Enquanto isso, os neófitos permaneciam inertes, sem poder ver nada e sem entender o porquê do incessante burburinho que se ouvia naquele instante.

Todos se perguntavam buscando saber o que teria impedido as luzes de serem acesas no momento apropriado.

No empório, o Irmão Cobridor chegou apressado e encontrou somente velas artesanais feitas de cera de abelhas. Sem opção, fez a compra de 32 peças – todo o estoque – e voltou correndo para o Templo.

Assim, à luz de velas, os trabalhos foram concluídos, mas algo continuou instigando inquietação entre os que haviam presenciado o fato.

Eles queriam saber qual teria sido o motivo causador da falta de energia elétrica no exato momento em que ela não poderia ter faltado.

O prefeito e o seu secretário, poucos minutos após o término da sessão, também se sentiam surpresos e até desapontados. Pensou-se primeiramente em sabotagem, em ação de pessoas não simpatizantes do prefeito etc..

Depois, em outras várias hipóteses. Por fim, resolveram fazer uma investigação. No dia seguinte foram até a usina hidrelétrica buscar esclarecimentos junto ao operador responsável.

Lá, durante a inspeção que realizavam, constataram uma coisa simplesmente curiosa. O sistema de geração de energia havia sido interrompido por um problema na turbina do gerador, a qual se encontrava instalada no fundo do reservatório de água, a oito metros de profundidade.

 Era preciso esvaziar aquele reservatório para então se descobrir o que teria sido sugado pela turbina, fazendo-a parar. Quando o grande tanque de concreto armado se esvaziou a causa de todo o problema foi logo esclarecida.

Lá estava uma sucuri, de uns quatro metros de comprimento, morta, enroscada na ponta do eixo da turbina.

Ao tentarem remover a cobra, foram novamente surpreendidos. Ela estava prenhe e no “puxa-puxa” para desentranhar o animal do lugar onde se encontrava preso, oito cobrinhas, também já sem vida, foram expelidas de seu ventre.

A notícia se espalhou rapidamente e em pouco tempo centenas de pessoas estavam lá para ver o bicho e seus filhotes.

 A cena despertou curiosidade, apreensão e medo em muita gente. Curiosidade por duplo aspecto. Primeiro, porque atraiu muita gente para ver o acontecido. Segundo, porque naquele lugar nunca se tinha visto, nem mesmo ouvido falar de uma cobra tão grande como aquela. 

Apreensão e medo, porque a impressão que se tinha de que o “Ponte Funda”, sempre aceito como um regato muito calmo e sereno, não passava de um engano visto que, ante a constatação do fato que paralisou o funcionamento da pequena usina, outros répteis da mesma espécie poderiam estar vivendo nas imediações, inclusive crias já adultas da enorme serpente encontrada morta.

Por longo tempo as margens daquele riacho ficaram desertas em razão da síndrome do medo que tomou conta dos moradores do lugar.

E desde então, não se ouviu mais falar do riacho “Ponte Funda”, e sim, do ribeirão da “Sucuri” como ficou conhecido.


Ir.'. Anestor Porfírio da Silva MI e Membro da ARLS Adelino Ferreira Machado Or.'. de Hidrolândia – Goiás - Conselheiro do Grande Oriente do Estado de Goiás 

O PENSAMENTO FILOSÓFICO DA MAÇONARIA



Não é costume discutir a doutrina Maçônica fora dos seus templos, porém, sintonizado com a necessidade de maior aproximação com o mundo que nos rodeia, aos quais todos nós pertencemos, levou-me a tomar a decisão de expor um pouco da nossa filosofia, do nosso pensamento.

Permita-me, que num esforço de síntese, provavelmente superior à minha capacidade intelectual, possa trazer-lhes algumas considerações sobre nossa filosofia de pensamento, nosso simbolismo.

No inicio do século XVIII apareceu em Londres uma sociedade, provavelmente já existente antes (há passagens bíblicas superponíveis ao seu simbolismo), ao qual ninguém sabe dizer de onde vinha, o que era e o que procurava. Expandiu com incrível rapidez pela Europa Cristã, principalmente na França e Alemanha, chegando até a América. Homens de todas as classes sociais, étnicas e religiosas entraram para o seu circulo – chamavam-se, mutuamente, de Irmãos.

Esta sociedade, intitulada Associação dos Pedreiros Livres, atraiu a atenção dos governos; foi perseguida; foi excomungada por dois Pontífices; suas ações levantavam suspeitas odiosas. No entanto ela resistiu a todas estas tempestades, difundindo-se, cada vez mais, até chegar aos nossos dias.

Podemos dizer que basicamente existem três correntes de pensamento maçônico:

- Maçonaria inglesa, de cunho tradicionalista, observadora e seguidora dos rituais; mantém-se imutável nos seus três séculos de existência documentada. É estática e conservadora.

- Maçonaria francesa, embora originária da Britânica, sofreu alterações através dos tempos, ditadas pelas condições do meio em que se desenvolveu, adquirindo feição mais latina, tornando-se conhecida pela ação exercida por seus membros, como cidadãos, nas áreas política, social e religiosa.

- A maçonaria brasileira e dos demais países hispano-americanos são, filosoficamente, a ela filiados. Formada no meio hostil e intolerante à liberdade de pensamento, partiu para a luta que visava transformar estas condições adversas. São muito vivas e documentadas as lembranças de sua participação na Revolução Francesa, quando sobressaíram grandes maçons como Danton, Robespierre e Diderot; na independência de quase todos os países da América Latrina, com a participação efetiva de notáveis maçons, como Simon Bolívar, San Martim, Sucre e Francisco Miranda; na independência do Brasil e na proclamação da republica, para citar alguns irmãos da Ordem, como Dom Pedro I, José Bonifácio, Gonçalves Ledo, Deodoro da Fonseca, Rui Barbosa, Floriano Peixoto, Quintino Bocaiúva, dentre outros.

- Maçonaria Alemã, voltada para os estudos filosóficos de alta indagação: Goethe, Kant e Fichte são exemplos de filósofos e literatos que honraram nossa Instituição com suas adesões.

A maçonaria resistiu à prova do tempo, enquanto muitas outras organizações, aparentemente similares, desapareceram. Isto aconteceu porque ela é, por principio, uma Instituição com propósitos universalistas. A “sociedade separada dos maçons” se distingue da “grande sociedade humana” porque ela se isola para impedir a visão unilateral da divisão de trabalho, atingindo, com isto, a síntese da cultura humana.

A Igreja se opõe a outras Igrejas, o Estado a outros Estados, a Maçonaria não; ela toca no santuário do espírito, o problema ético individual; ela atua sobre a república dos espíritos, administra o pluralismo de opiniões.

Esta Instituição exalta tudo o que une e aproxima as pessoas e repudia tudo aquilo que divide e as isola. Isto acontece porque ela aspira, por principio, fazer da humanidade uma grande família de Irmãos e para atingir este desiderato, se põe sempre a serviço dos movimentos moralizadores e dos bons costumes.

Ela prepara o terreno onde florescerão a justiça e a paz. Sua única arma é a espada da inteligência; sabe que o único modo de produzir, mesmo socialmente, uma mudança profunda e durável de uma sociedade, é trabalhar para modificar a sua mentalidade.

Os pilares que sustentam esta vontade indomável de transformar, primeiro o homem e, por corolário, todo o universo dos homens, são três palavras mágicas: liberdade, igualdade e fraternidade.

“O amor à liberdade foi-nos dado juntamente com a vida e dos presentes do céu, o de menos valor é a vida” afirmou Goethe, o famoso literato alemão e nosso Irmão de Ordem; afirmo eu, corroborado pelos registros da história, que em nenhuma parte do mundo, jamais houve um grito de liberdade para um povo que não houvesse sido apoiado pela Maçonaria.

A liberdade é a essência intima e supremo desejo do homem e os indivíduos, pela sua colaboração mútua, visam criar uma alma coletiva; embalados pelo sopro do vento que libera os grilhões do obscurantismo, “A filosofia verdadeira, no dizer do grande filósofo e irmão de Ordem, o alemão Fichte, considera o pensamento livre como a fonte de toda a verdade independente”.

No que diz respeito à igualdade, a maçonaria reconhece que todos os homens nascem iguais e as únicas distinções que admite são o mérito, o talento, a sabedoria, a virtude e o trabalho.

Para dizer o pensamento da Ordem sobre a fraternidade, peço licença para repetir o que disse outro maçom, o imortal Victor Hugo: “A civilização tem suas frases, estas frases são séculos. A lógica das frases, expressão da idéia Divina, se condensam na palavra Fraternidade”.

HÉLIO MOREIRA
Membro da Loja Maçônica Asilo da Acácia 1248
Academia Goiana de Letras, Academia Goiana Maçônica de Letras


O SINO E O RITO ADONHIRAMITA


ONDE quer que você more, é provável que tenha ouvido falar do famoso Sino da Liberdade, que fica em Filadélfia, na Pensilvânia, EUA. A Enciclopédia do Livro Mundial (em inglês) diz que este sino “foi tocado em 8 de julho de 1776, junto com outros sinos de igreja, para anunciar a adoção da Declaração de Independência. Sua inscrição: “Apregoareis liberdade na terra a todos os seus moradores LEV. XXV X.

E santificareis o ano quinquagésimo, e apregoareis liberdade na terra a todos os seus moradores; ano de jubileu vos será, e tornareis, cada um à sua possessão, e cada um à sua família”, foi tirada da Bíblia King James (Levítico 25:10)”.
A Filosofia Esotérica nos diz que o Sino é um grande Arcano Místico e Esotérico, chamando ou despertando a Divindade ou Deidades, a comunicação entre o céu, a terra e ao mundo subterrâneo.
Alguns autores atribuem aos Egípcios sua invenção, outros dizem que foram os Chineses, a Bíblia traz referência à vestimenta do Sumo Sacerdote Hebreu dizendo que devia ter campainhas de ouro intercaladas com romãs e existe ainda quem diga que os Sumérios já o possuíam em seus Zigurates, não sendo possível assim determinar a precisão de quando o mesmo surgiu ou foi inventado.
Nas religiões e nas escolas iniciáticas, seu som, simboliza o poder Criador, na Índia e na China representam a harmonia universal.
Para os budistas traz o sentido de exorcismo e purificação, na mitologia Grega era o símbolo do Deus Priapo, os romanos usavam em suas procissões religiosas e o cristianismo, fez do sino o chamamento de fieis às suas igrejas.
O sino, portanto tornou-se símbolo do chamamento da Divindade.
No Oriente e no Rito Adonhiramita eles são golpeados por fora com um bastão de madeira ou de ferro.
A palavra Sino (Chung) significa passar em prova, no Japão os sinos de bronze são chamados de Dataku, segundo os pesquisadores desde o ano 300 de nossa era.
Os primeiros sinos eram feitos de Prata, Argênteo=Adh=Prateado Argentino: Feito de prata.
Com relação à Maçonaria era comum o uso nas oficinas para anunciar o começo e o fim dos trabalhos.
O Rito Adonhiramita procurou manter em seu uso, não perdendo a tradição das antigas escolas iniciáticas.
Autores mencionam as relações do Argentum como metal luminar, inclusive a Lua da coluna do Aprendiz, que se alia ao som do sino argênteo, já os oficiais da Grande Loja da Inglaterra aconselhavam que as jóias fossem de prata por ser um metal (Argênteo) e representava os sons dos sinos, com o propósito de complementar a doutrina do som que não é somente o sino, mas que abrange um mundo em si.
Notamos que o som é uma ciência Esotérica que ensina que cada som no Mundo faz despertar uma ação nos reinos invisíveis, impedindo a ação de outra força no lado oculto da Natureza.
Por que doze badaladas?
O número doze segundo a Numerologia é o Símbolo da ordem cósmica e da salvação, corresponde ao numero de signos do Zodíaco.
Fala-se a respeito das doze horas do meio dia e das doze horas da meia noite, simbolismo este que vem dos Mistérios Persas, Egípcios e Pitagóricos.Doze é também o símbolo do Apostolado, simboliza o princípio do movimento expansivo bem com a consumação das coisas, é o sacrifício voluntário e altruísta.
Os números são os invólucros que regulam a harmonia física, com as leis vitais, espaciais e temporais.
Uma das explicações que se têm é que o som do sino no Rito Adonhiramita. Em absoluto silêncio, ouvem-se doze vibrações argentinas, pausadas (com intervalo de aproximadamente 03 segundos, entre cada uma delas), feitas soar pelo Cob.’.Int.’…….. sirva para além de despertar e chamar as Divindades ter a diretiva de nos defender de outras forças ocultas em loja.
Nota-se daí a importância da concentração, e do recolhimento interior dos irmãos no momento das doze badaladas e da firmeza do Irmão Cobridor.
Comunicação ECMAB


VAIDADE MAÇÔNICA



Como diria Caetano: É que Narciso acha feio o que não é espelho! E Maçonaria infelizmente não é diferente.

Entre os vícios combatidos na Sublime Ordem, está a VAIDADE, pois é, quem diria..... Logo o maçom acostumado ao nem nu e nem vestido, levado a reflexões filosóficas sobre tal estado material.

Mas a Maçonaria tem algo que não concordo, principalmente nas cores e ilustrações de aventais e colares; deveríamos vestir somente o puro, o do aprendizado, pois a senda maçônica não é essa? Do eterno aprendizado?

Existem vários irmãos que ao iniciar já pensam em quando irão ocupar o trono de Salomão, e quando o ocupam viram donos de loja, sem ouvir ou mesmo submeter sua vontade em detrimento da harmonia geral.

Mas o que leva o maçom a caminho da vaidade? A própria Maçonaria? Ou o seu entendimento daquilo que seja humildade e fraternidade?

Muito bem, tenho minha própria tese sobre isso:
1º - Não entendeu o propósito maçônico.

2º - Não entendeu que dentro de loja, não existem patentes, títulos profanos e muito menos riqueza.

3º - Vestir um avental não quer dizer que seja um verdadeiro maçom, seu lugar não é ali.

4º - Irmãos cometem erros, de pequena ou de grande proporção, cada qual deve ser julgado de forma verdadeira e imparcial, não importa que seja Delegado, Juiz, Deputado, Prefeito ou sei lá o que.

5º - A justiça está para todos, maçons ou não! É um direito de todo cidadão! Ser maçom não quer dizer intocável já foram punidos vários e ainda muitos deverão ser punidos, não só pela ordem, mas pela justiça comum a todos.

Porém, se o mundo fosse perfeito, para que existiria Maçonaria? Não teria razão para existir, só que isso não é desculpa para empáfia.

Participar de Maçonaria não fez e não fará ninguém melhor do que ninguém; a diferença está em compreender os desígnios do GADU e transformar.

Fonte: Blog Maçonaria Comentada


NOSSA LOJA MAÇÔNICA



A Loja Maçônica não é só um lugar e sim as pessoas,
Não um aprisco e sim um rebanho,
Não é só um edifício sagrado e sim uma reunião de Irmãos
 que creem no G.’.A.’.D.’.U.’. e estão reunidos para o “bem”.

Uma estrutura de tijolos ou mármore não é, para uma Loja,
mais do que uma roupa de tecido ou cetim para uma pessoa.
Não há nada sagrado neste mundo a não ser o homem,
nenhum santuário do G.’.A.’.D.’.U.’. a não ser a alma.
E nenhum Juiz, a não ser os frutos da ação e reação.

                                                               

Fomos escolhidos e enviados pelo G.’.A.’.D.’.U.’. para semear a Sua Boa Ação, para levar conforto e paz, para mostrar que nem tudo está perdido.

A instrução em Loja tem poder, os debates  que fazemos podem transformar vidas e lares dos Irmãos, pode mudar uma situação, pode iluminar uma cidade às escuras. A presença da Egrégora em um lugar faz toda a diferença.

Os holofotes enganosos do mundo profano são apagados e em seu lugar se acende o brilho da presença do G.’.A.’.D.’.U.’.;

Às vezes nos preocupamos em construir Templos suntuosos, paredes de pedras, interiores de granito e tudo o mais que, julgamos, farão de nossa "Loja" um lugar de grande beleza e atrativo.

Mas o que precisa ser bonita é a verdadeira Loja: a que está no interior, participando, trabalhando e evoluindo, desejando o bem das pessoas e de toda a nação.

A Loja mais bela que podemos ter é um grupo de Irmãos valorosos, honesto, de mãos limpas, coração puro, com muito amor pelos que estão ao redor.

Você se vangloria de pertencer a uma Loja bonita, Potência X ou Y, ou glorifica ao G.’.A.’.D.’.U.’. por estar em uma “Lojinha”, mas com bons e verdadeiros Maçons?

Fica a dica.

Pense antes de responder.


Denilson Forato


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