MAÇOM: DO MURAL A MORAL



“Mais valoroso que sejas pedreiro se este for o teu talento”.
― Nicolas Boileau

         Após a Sociedade Maçônica ter aberto mão do secretismo em função do discretismo face aos tempos modernos, eventualmente nos deparamos a situação de PProf.’. nos questionarem se somos MMaç.’.. 

Alguns IIr.’. preferem a circunspecção ou mistério sobre a questão, outros a altivez ao assumir este caráter. Mas, qualquer que seja a alternativa, será que de fato já refletimos o que significa tal termo tão peculiar? Claro, formamos uma noção filosófica e moral empírica do que quer é ser Ma.’. Espec.’. graças nossas instruções e conversas trocadas entre IIr.’., mas podemos nos assumir seguramente MMaç.’. sem sabermos a proveniência do termo?

Por questões práticas, nesta questão somos forçados a relegar teorias que origina os “Franco-maçons” “Maçons” etimológico-historicamente aos egípcios, fenícios, habirus e demais povos que tecerem os mistérios da antiguidade.

Podemos sim, nos ater concretamente palavra “Maçom” a sua significação usual de “Trabalhador em Pedra”, e, assim, (tentar) rastrear a origem do ofício e sociedade dos ainda OOper.’. MMaç.’.. Possivelmente não deve haver proveniência mais lógica que a raiz medieval latina “Macconer”(para construir) ou “Maconetus”(construtor), que ainda assim não se possui certeza da validade. Portanto, para melhor entender o conceito “Maçom”, o aspecto mais propício de investigação, seria suas aplicações documentadas mais longevas.

A palavra “Franco-maçom” ou simplesmente “Maçom” teve sua aplicação mais longeva observada entre os séculos XIII e XIV e até o século XVIII ela ressurgia de como sinônimo para diversos termos como: pedreiro, construtor, arquiteto, pedreiro-livre, trabalhador de pedra-franca, etc.

Na primeira época das pesquisas maçônicas, assumiu-se que os MMaç.’. OOper.’. tinham utilizado este termo de uma única forma e significado. Também foi presumido que a origem da palavra poderia lançar luz sobre a origem da Fraternidade.

 Atualmente os estudiosos abandonaram a primeira hipótese, pois, concluiu-se que há muito pouco sobre a origem da palavra “Maçom” para que esta possa explicar a origem da Maçon.’. em si. As informações colhidas a partir de diferentes períodos e lugares indicam que a palavra deve ter tido aplicações diversas, e que um Trabalhador/Artesão que poderia em determinado lugar/período ser chamado de Maçom e noutro não. Observemos as hipóteses em voga para o significado do termo:

     I.        Trabalhadores em Pedra-Franca: Muitas pedras empregadas em fundações e edificações eram de natureza bruta, desiguais na consistência, possuíam formações ásperas ou tortas. A pedra ideal para desbaste era a granulada, ou de grão fino que podia ser cortado em qualquer direção sem rachar ou lascar a peça, podendo de ter a superfície aplanada e polida. Estas eram conhecidas como “pedra-franca”.

    II.        Trabalhadores Formados: Os Aprendizes do ofício da construção eram subordinados a um Mestre por um determinado período de anos. Estes como o firmado em acordo, ao término de um período combinado e dada as instruções necessárias, eram avaliados (trolhados?) e então liberados (elevados?) do compromisso. Qualquer Mestre Maçom era neste sentido seria um “Maçom-Livre” ou “Franco-maçom”.

  III.        Trabalhadores Emancipados: Pedreiros locais por obedecer aos costumes e a lei civil, eram restritos às suas próprias comunidades, ao menos, em circunstâncias habituais. Os pedreiros construtores de catedrais e igrejas por sua vez não eram restringidos a uma localidade especifica e estavam francos para se deslocar livremente objetivando à disseminação mais fácil das edificações religiosas.

  IV.        Trabalhadores de Cidade-Livre: Uma vez que uma cidade recebia uma Carta Constitutiva própria, praticamente tornava-se um governo independente e ao decorrer do tempo cada morador de determinada cidade-livre tornava-se um cidadão. Fora dos muros havia a servidão, dentro a liberdade. Esta liberdade advinha dos "direitos" dos cidadãos habitantes daquela cidade. O membro de uma Corporação Maçônica de tal cidade seria um cidadão e, portanto livre, ao passo que um simples pedreiro fora dos muros não seria.

Possivelmente algum destes significados para "Franco-maçom", tenha encontrado seu caminho até as Antigas Constituições que outorgavam a autoridade civil para que as Lojas estabelecessem as direções da Maçon..’. Espec.’.. Talvez uma série de definições tenha convergido para o uso atual da palavra, de todo modo, a mesma continua a ter significados variados.

Mas o que nos vale toda essa história?

No que tange a etimologia de uma palavra, essa peça já satisfaria ao mero leitor, podendo ser descartada ou postada a outro qualquer... Afinal, há muito já deixamos as construções de murais para as especulações morais! Mas foram as construções em pedra desses pedreiros longevos que nos renderam nossas alegorias e símbolos, e seu exemplo pode e deve guiar nossas ações! Eles que empregavam tanta Força e Vigor sobre a pedra... Empregaríamo-nos, um equivalente sobre a sociedade como alegamos?

Escolheríamos com o mesmo critério que aqueles, as PP.’. BB.’. que iremos desbastar (I.)? E ainda, desenvolveríamos pelo tempo necessário, examinaríamos e então graduaríamos corretamente nossos AApr.’.(II.)? Nos dedicaríamos também a construção do T.’. alegórico que culminará em nossa tão almejada liberdade(III.)? Por fim, contribuiríamos para que nossa comunidade seja autônoma e, portanto nós mesmos (IV.)?

Para efeito, visitemos ainda o XXIV Landmark: “A fundação de uma ciência especulativa, segundo métodos operativos, e o uso simbólico e a explicação dos ditos métodos e dos termos neles empregados, como propósito de ensinamento moral (...)”. 

Este Landmark é a indicação inegável da necessidade de compreendermos profundamente o passado para a fundação do futuro. Somente pela mineração do que éramos, poderemos desbastar o que somos a fim de bem construir o que seremos...

Autoria de Tiago Roblêdo M.’. M.’.
Visita Interior a Terrae Rectificando Invenies Occultum Lapidem
REFERÊNCIAS
Mackey's Encyclopedia of Freemasonry
Las Antiguas Corporaciones, M\R\H\ José Schlosser
Ritual de Aprendiz, Rito Escocês Antigo e Aceito 1928 - GLEB


A FORÇA DA UNIÃO

Meus IIr.’., usando da leitura, eu vou ler uma pequena prancha que escrevi, porque não tenho o dom da palavra, e através da leitura acredito eu que será mais fácil expressar meu verdadeiro sentimento.
Eu pediria aos IIr.’. que prestassem muita atenção, e abrissem seus corações e após a leitura meditassem um pouquinho e depois fizessem um breve julgamento dentro de cada um deles, que poderíamos chamar, “um encontro com Deus, e conosco mesmo”.
SER MAÇOM:
É ser amante da Virtude, da Sabedoria, da Justiça e da Humanidade, sem falsos preconceitos;
É ser amigo dos pobres e desgraçados, dos que sofrem, choram, têm fome e sede de justiça;
É querer a harmonia familiar, a concórdia dos povos e a paz ao gênero humano;
É espargir por onde passa os esplendores divinos da instrução e do conhecimento, educando a inteligência para o bem;
É abrir os braços à humanidade, dentro do sublime preceito: “Amai-vos uns aos outros, formai uma única família e sede todos irmãos”;
É esquecer as ofensas recebidas; ser bondoso, inclusive para com os inimigos; não odiar ninguém; praticar a Virtude; pagar o mal com o bem;
É amar a LUZ e aborrecer as TREVAS; ser amigo da CIÊNCIA e combater a IGNORÂNCIA; render culto à RAZÃO e à SABEDORIA;
É praticar a TOLERÂNCIA e exercitar a CARIDADE sem distinção de raças, crenças ou opiniões;
É lutar contra os falsos PRECONCEITOS, a HIPOCRISIA e o FANATISMO;
É ser um eterno investigador da VERDADE.
 Meus IIr.’. , ser maç.’. , é um compromisso muito sério, e como toda atitude séria, depende de uma boa concentração; nossa Oficina não poderia ser diferente, ela depende também de nossos esforços e de nossa união, de nossa lealdade, de empenho, e da capacidade de nos transportarmos do mundo profano, para a espiritualidade maçônica, em busca de luz e energia positiva. Para adentrarmos ao templo, deixamos para trás nossos pensamentos profanos, então damos inicio aqui a mais uma de nossas sessões.
Aqui, farei uma pausa, e usarei uma máquina, para dela tirar um exemplo de sincronismo.
Se a máquina tiver um motor perfeito, e seu dono achar que isto será suficiente para executar um bom trabalho, em pouco tempo ele, (o dono) vai perceber, que algo esta errado.
A máquina depende desde o menor parafuso, até seu magnífico motor, tudo, deverá estar trabalhando em perfeito sincronismo, em qualidade e perfeição.
Mas essa máquina após feita sua manutenção, basta que o operador dê um comando, que ela executará o serviços. Ela não pensa, ela não tem sentimentos. Nem má, e nem bons, ela apenas executa o comando.
Nós somos seres pensantes, temos sentimento, e almejamos um objetivo; e as vezes em busca desses objetivos, muitas vezes egoísta, atropelamos os sentimento, ou até mesmo criamos problemas para, o bom desempenho da nossa Sagrada Ordem.
Portanto:
Ao procurar- a falha de alguém, devemos ensinar.
Ao julgar - devemos procurar orientar.
Ao, em vez de ser falso para nosso próprio coração; Devemos ser puros e verdadeiros.
Devemos ter um coração em harmonia com nós, com Deus, e com o próximo.
Devemos Amar e praticar a liberdade, a igualdade, e a fraternidade, não na leitura e nas palavras, mas no coração de cada um de nós. Então meus IIr.’. muito em breve atingiremos nossos objetivo em busca, da luz emanada do G.’.A.’.D.’.U.’.; e só assim teremos nossos sonhos realizado; que é SER MAÇ.’..

Autor: Ir.’. Gilberto H. dos Santos • ARLS Mensageiro da Luz 60


DO APRENDIZ AO VENERÁVEL........OU A QUEM POSSA INTERESSAR



Hoje, 02 de julho de 2004, mais de 02 meses se passaram desde a minha iniciação. Foram dias de estudo, de busca, e principalmente observações, onde procurei captar cada gesto, cada comportamento, cada modo de agir, de meus irmãos Aprendizes, Companheiros, Mestres, Veneráveis e das poucas autoridades maçônicas que tive a oportunidade de conhecer. De cada um extraí um pouco.
E foi das ações positivas e negativas dos irmãos, maçons que são, e mesmo diante da pouca aprendizagem sobre a doutrina maçônica , me atrevi a escrever esta peça de arquitetura.
Descobri meus irmãos, que todo aprendizado deve ser ministrado no recinto fechado do templo, longe dos olhos profanos, da multidão, dos que não consegue compreender os nobres ensinamentos. E neste sentido falou Zaratustra:
“Quando, pela primeira vez, estive com os homens, cometi a grande estultícia de dirigir-me a praça pública. E como me dirigia a todos, não falava a ninguém; mas apreendi outra verdade, e isto apreendi comigo...
Em praça pública ninguém acredita em homem superior. Em praça pública o populacho diz! Não acreditamos em homem superior, somos todos iguais.”
Aprendi meus irmãos, que devemos ter boa vontade para compreendermos os ensinamentos ministrados, que devemos dedicar uma parte de nosso tempo ao estudo filosófico, a combater a ignorância profana, preparando-se para tornar um homem melhor, livrando-nos dos vícios da matéria que: a tudo vê, mas em nada crê.
A realidade desta verdade confirma-se na máxima do filosofo romano Epicteto, que nos diz:
“Um médico visita um enfermo e lhe diz: tens febre; abstém-te por hoje de tomar qualquer alimento, não bebas mais que água. O enfermo dá-lhe crédito, agradece-lhe e paga-lhe. Um filósofo diz a um ignorante: os teus desejos são desenfreados, os teus temores são baixos e servis, professas falsas crenças. O ignorante enfurece-se e sente-se ferido no amor-próprio. De que nasce tal diferença? Ela nasce de que, o enfermo conhece o seu mal, o ignorante não.
Descobri meus irmãos, que o conceito de liberdade e tolerância, adquiri novos significados quando visto sob a ótica da doutrina maçônica; vejamos:
A liberdade para o profano é conceituada como a superação de uma situação negativa do individuo, por exemplo: liberdade da escravidão, da fome, da miséria, da ditadura, etc. 
No conceito maçônico, liberdade pressupõe não apenas a sua liberdade, mas também a liberdade alheia. A liberdade tem concepção positiva e dinâmica, significando ação e devolvendo a capacidade do homem de escolher e agir, livre e responsavelmente, com base em sua própria vontade, por exemplo: liberdade de fazer, de estudar, de pensar, etc. 
Estritamente conexo à liberdade está a tolerância, ou seja, o respeito à liberdade dos outros. A tolerância é que nos induz a respeitar o pensamento de outro homem, mesmo quando não concordamos com ele.
Esta tolerância é que permite ao maçom preservar a sua existência, com um modo de pensar próprio, com a negação de qualquer forma de integralismo, respeitando e permitindo que cada um mantenha suas próprias convicções.
Esta lição se fortalece quando a Maçonaria proclama textualmente:
“Não existe qualquer deus maçônico. O deus do maçom é o mesmo deus da religião que ele próprio professa.”
Ao conceituar liberdade e tolerância nestes moldes, os maçons se igualam, se consideram afins, e, portanto, irmãos.
Aprendi meus irmãos, que os maçons devem trabalhar incessantemente, com as armas que dispõe, pela nobre causa da felicidade humana.
lamenais em seu poema a luta nobre, nos mostra: 
“Jovem soldado aonde vais?
Vou combater por Deus nos altares da pátria.
Benditas sejam as tuas armas, jovem soldado!
Jovem soldado aonde vais?
Vou combater pela justiça, pela causa santa dos povos e pelos sagrados direitos dos homens.
Benditas sejam as tuas armas, jovem soldado!
Jovem soldado, aonde vais?
Vou combater para a libertação de meus irmãos de sofrimento e opressão, para o rompimento das cadeias que os prendem ao mundo.
Benditas sejam as tuas armas, jovem soldado!
Jovem soldado , aonde vais?
Vou combater contra os homens iníquos e em favor dos justos que os primeiros pisam com os seus pés; combater contra os amos em favor dos escravos, contra os tiranos em favor da liberdade.
Bendita sejam as tuas armas, jovem soldado!
Jovem soldado, aonde vais?
Vou lutar para que caiam por terra as barreiras que separam os povos, e as quais os impedem de abraçar-se num comum amor, filhos que são do mesmo pai.
Benditas sejam as tuas armas, jovem soldado!”
E por último meus irmãos, descobri que, do Aprendiz ao Venerável, para aceitar e repassar os nobres ensinamentos da doutrina maçônica é necessário muito bom senso, e este conceito foi buscar nas palavras do filosofo francês René Descartes, que nos ensina: 
“O bom senso é, dentre as coisa do universo, a mais bem dividida, pois cada qual julga estar tão bem dotado dele, que mesmo os mais difíceis de contentar-se em outras coisas não costumam desejar tê-lo mais do que já têm.”
E não é verossímil que todos se enganem a esse respeito; pelo contrário, isso evidencia que o poder de julgar e distinguir o verdadeiro do falso, isto é, o que se denomina bom senso ou a razão, é naturalmente igual em todos os homens.
A diversidade de nossas opiniões não provém do fato de uns serem mais racionais do que outros, mas tão somente em razão de conduzirmos o nosso pensamento por diferentes caminhos e não considerarmos as mesmas coisas.
Pois não basta ter o espírito bom: o essencial é aplicá-lo bem. As maiores almas são capazes dos maiores vícios, tanto como das maiores virtudes, e os que marcham muito devagar podem avançar muito mais seguindo sempre o caminho reto, do que os que correm e dele se distanciam.
Deveis sempre meus irmãos, procurar combater os vícios, mais sabeis também compreender e perdoar os que a eles sucumbem. Não importa em que grau esteja, a que cargo ocupa, lembrem sempre das palavras proferidas por fustel de coulanges: que diz: 
“qualquer que seja a forma de governo, monarquia, aristocracia ou democracia, há dias em que a razão governa, mas também os há outros em que a paixão sobrevém. Jamais constituição alguma suprimiu as fraquezas e as imperfeições da natureza humana.”
Campo Grande-MS, 02 de julho de 2004.
Osvaldo Pimenta de Abreu
Aprendiz de Maçom



ESTRELA FLAMEJANTE



Preliminarmente, devo dizer que a síntese desta peça de arquitetura é analisar as várias significações que os bons exegetas atribuem ao pentagrama.
Como se sabe, e nunca é demais repetir, toda a ritualística do Segundo Grau gira em torno da Letra G, da Estrela Flamejante e do Número 5.
Os rituais das diversas obediências ensinam que a Estrela Flamejante é o símbolo do Companheiro por que: 
 “O Companheiro é chamado a tornar-se um foco ardente, uma fonte de luz e calor. A generosidade de seus sentimentos deve incitá-lo ao devotamento sem reservas, mas com o discernimento de uma inteligência verdadeiramente esclarecida, porque está aberta a todas as compreensões”.
Note-se que falta ao vocábulo devotamento à complementação. Devotamento a que?
Pensamos que o Companheiro deve devotar-se, sem reservas, ao estudo ao seu aprimoramento filosófico e espiritual, mas, sobretudo aos seus semelhantes. Isto porque o Segundo Grau é, antes de qualquer coisa, social.
Daí por que é necessário que ele saiba ser compassivo e tolerante com o próximo sem, todavia, abrir mão de certos princípios morais e éticos.
Outra coisa que se lê nos rituais é a explicação das razões por que a Estrela Flamejante se constitui de cinco pontas: 
Para figurar os quatro membros do homem e a cabeça que os governa.
Esta como centro das faculdades intelectuais domina o quaternário dos elementos ou da matéria. Assim, a Estrela Flamejante é mais particularmente emblema do poder da vontade.
Lavagnini ensina que: 
Em um primeiro lugar podemos ver na Estrela de Cinco Pontas a imagem de um corpo de homem, com as pernas e os braços abertos, em correspondência com suas quatro pontas laterais e inferiores, mantendo a ponta superior relacionada à cabeça.
É uma postura de equilibro ativo e de capacidade expressiva, por meio do qual o homem se ache no centro de sua vida, e com sua atividade, irradia de si mesmo sua própria luz interior, exatamente como se faz a estrela no espaço”.
Essa explicação de Lavagnini é, normalmente, a que se vê em quase todos os autores que procuram explicar o Pentagrama, que também é chamado de Estrela Hominal.
É pena que na maioria das vezes os escritores maçônicos se prendam, não sabemos por que razões, a uma lógica muito convencional de pesquisa e de busca, praticando os mesmos métodos, algumas vezes nada ortodoxos, que norteiam a busca e a pesquisa das ciências profanas.
Pensamos que o buscador, o pesquisador, o estudioso maçom não pode e não deve ficar preso a determinadas metodologias que encarceram o pensamento e levam, não poucas vezes, a invencionices que tentam apresentar com selo de verdade.
A maçonaria nos dá plena liberdade de exegese. Não temos necessidade de inventar. Necessário é que nos libertemos de certos valores só aplicáveis às ciências profanas.
Enquanto que na maioria dos ritos é adotada a Estrela de Cinco Pontas, no Rito de York está presente a Estrela de Seis Pontas ou Hexagonal.
Encontramos muito pouca coisa que nos fornecesse, com exatidão, o verdadeiro significado da estrela de seis pontas que nos pudessem auxiliar na justa interpretação de seu significado. O próprio Varoli, um dos maiores pesquisadores da Ordem no Brasil, disse quase nada a respeito.
Voltando à Estrela de Cinco Pontas, devemos dizer que existe ainda outra interpretação; aquela que faz alusão aos cinco sentidos do homem.
Varoli escreve:
“As cinco pontas da estrela ainda lembram os cinco sentidos que estabelecem a comunicação da alma com o mundo material – tato, audição, visão, olfato, paladar, dos quais, para os maçons, três servem à comunicação fraternal.
Pois é pelo tato que se conhecem na luz e nas trevas pelos toques.
Pela audição se percebe as palavras e as baterias; e pela visão se notam os sinais. Mas não há como esquecer que pelo gosto se conhecem as bebidas doces e amargas, bem como o sal, o pão e o vinho.
Finalmente, pelo olfato se percebem a fragrância das flores e os aromas do altar dos perfumes.
Ao estabelecer uma relação das pontas da estrela com os sentidos humanos, preferimos concluir que a Estrela Flamejante incorpora duas interpretações: a primeira sobre o microcosmo físico que se prende ao domínio da forma, e a segunda, ao microcosmo psíquico que se relaciona com o domínio da consciência.
Jules Boucher, não aceita essa relação das pontas da Estrela Flamejante com os cinco sentidos, diz ele:
“Quando relacionaram os cinco sentidos às suas cinco pontas, a pobre estrela não teve mais nenhum sentido!!!”
Não podemos esquecer-nos que, acima de tudo, a Estrela Flamejante representa o homem ideal, que deve ser a grande aspiração do Companheiro Maçom.
Não olvidemos nunca que estrela é luz e a luz é o grande símbolo da verdade e do saber.
O Sol, a Lua, a Estrela Flamejante tem, na Maçonaria, uma significação bem diferente daquela que lhes é atribuída no mundo profano. Se a luz material nos transfere informações através de nossa visão, sobre o que existe ao nosso redor, as luzes que cultuamos na maçonaria nos proporcionam outra visão, muito mais abrangente e de muito maior valor para a nossa vida, pois que elas iluminam a estrada de nossa existência, no campo mental e espiritual.
A Estrela Hominal serve de alerta ao Companheiro Maçom sobre a sua responsabilidade de auto-melhoramento, não se deixando dominar por paixão alguma, evitando todo e qualquer excesso.
Quando a maçonaria aconselha aos seus filhos de – ouvir sempre, falar pouco e trabalhar bem, esta apontando sua ética, e, neste ponto, aproxima-se e muito dos ensinamentos dos filósofos estóicos, que cultivavam uma filosofia de cunho essencialmente moral, muito próxima daquela ensinada por Sócrates.
Os estóicos se afastam dos ensinamentos de Platão e de Aristóteles no que diz respeito ao conhecimento humano, sobretudo em relação os modos de conceber a verdade.
Para os dois grandes filósofos gregos a verdade consiste na total correspondência entre a representação mental e a situação real das coisas; para Zenão, o pai do estoicismo, a verdade consiste na total compreensão do objeto que a mente é obrigado a analisar.
O estóico visava, antes de tudo, o domínio sobre si mesmo. Isto lembra ao Companheiro Maçom que ele tem um compromisso do qual não se pode afastar e que assumiu a partir do momento em que, como Aprendiz, iniciou seu próprio desbaste de defeitos pessoais, o que exige domínio sobre si mesmo. Neste ponto, ele há de ser estóico.
Logo é preciso que procure distinguir sempre as diferenças que existem entre – paixão, emoção e sentimento. A paixão é inadmissível no maçom; é perigosa e deve ser afastada sempre porque é irracional e conduz perigosamente ao fanatismo.
Isto significa que tudo se resume numa única palavra: virtude.
O maçom há de ser virtuoso. Mas o que é virtude? Virtude é uma disposição íntima pela qual a alma se põe em harmonia consigo mesma. Para os estóicos a prática da virtude consiste na anulação das paixões e na superação do próprio ego.
Se a ética dá ao Companheiro uma ideia de força íntima é porque a razão se apóia no sentimento e não na paixão ou na emoção.
Quando a maçonaria quer que a pedra bruta se transforme em pedra cúbica, ela está lembrando ao iniciado que ele deve manter uma luta progressiva e sem tréguas pelo domínio de si mesmo, colocando o próprio ego sobre o mais absoluto controle.
Que o Companheiro ao fitar a Estrela Hominal se lembre que quando conseguirmos o controle total sobre nós mesmos tornamo-nos inteiramente livres e responsáveis e estamos realmente preparados para o exercício da arte real. Isto é difícil de ser alcançado, daí a necessidade de que a luta seja diuturna e sem esmorecimentos.
Leibniz, filósofo que viveu no Século XVIII, já dizia: “Só Deus é perfeitamente livre; as criaturas o serão, mais ou menos, na medida em que se coloque acima das paixões”.
O Pentagrama pode comportar, simbolicamente, várias interpretações, todavia, e antes de mais nada, ele representa a luz da inteligência que nos faz enxergar os problemas interiores e os meios para enfrentá-los, e, por vezes corrigi-los ou vencê-los.
Irm.•. Lúcio Alberto Gomes
Bibiliografia
Cartilha do Companheiro
José Castelani e Raimundo Rodrigues – Editora Maçônica “A Trolha” Ltda.


A MAÇONARIA SOMOS NÓS


Na edição número 25/2013, da Revista Universo Maçônico, alguns textos trataram de possíveis mudanças na Maçonaria, vários autores se posicionaram sobre o assunto como o Ir André Dias, que mostrou a influência de Sócrates e Pitágoras nos ensinamentos do Ap. M. e o polimento de sua pedra bruta; Ir Ruy Salles, que questionou certos comportamentos individualistas dos obreiros, quando não atentam para as dificuldades que passam outros irmãos; Ir Luiz Rocha, que propôs um novo modelo de educação Maçônica e o Ir Vanderlei Valente que clama por ações concretas e proativas que mudem a atual situação da ordem.
Mudança é um termo muito comum na ordem maçônica, basta lembrarmos-nos do que encontramos na sala de reflexão, símbolos referentes à morte como forma de recomeço; as frases “visita o centro da terra, retificando-te encontrarás a pedra bruta” (VITRIOL) e “conhece-te a ti mesmo”, o que mostra que o aprimoramento dos hábitos e comportamentos é uma obrigação e o ponto de partida está em si mesmo.
Nesse sentido, o autoconhecimento pode levar o indivíduo à sabedoria e à prática do bem. A mudança dentro de nós, refletida em nosso comportamento, muda a sociedade. A mudança na sociedade começa com atitudes proporcionais àquilo que se quer alcançar. Esse texto objetiva dar continuidade à discussão sobre o aperfeiçoamento dos irmãos e da ordem.
Esse desafio nos leva a beber em certas fontes, como Sócrates, que afirma que ninguém adquire a capacidade de conduzir-se, e muito menos os demais, se não tiver autodomínio, esse é responsável pelo controle do comportamento. Nesse sentido, a perfeição humana é consequência da busca pelo saber que se faz através da troca de ideias.
Conhecer-se melhor favorece a autoestima, ameniza conflitos internos, nos faz tirar do baú coisas que não deveriam ter sido esquecidas e, sim, enriquecidas e aprimoradas, afinal, somos eternos aprendizes em busca de mudanças e novos conhecimentos, ou melhor, aprimoramento daquilo que já trazemos de berço, entre outros benefícios que podemos adquirir com autoconhecimento. Mas, como isso é possível?
Segundo Borella (2013), são as comparações entre os comportamentos, virtudes ou defeitos de outras pessoas que nos levam a perceber se agimos, ou não, de forma correta. O autoconhecimento depende de como vemos o outro, quanto mais conhecemos o outro, mais compreendemos a nós mesmos.
É preciso observar e questionar: como agir diante das dificuldades? 
Como se comportar diante de familiares e pessoas do trabalho? 
As respostas a essas perguntas ajudam no conhecimento próprio. Observe o que lhe traz alegria, tristeza, raiva e outros sentimentos, o que faz bem ou não ao seu ego, procure não fugir de seus defeitos inventando desculpas para as suas más ações. Não culpe os outros pelo que tem passado ou sentido, a mudança é responsabilidade sua.
A motivação para a realização das mudanças pode estar em um dos princípios da ordem, que é o aprimoramento da sociedade através do aperfeiçoamento do indivíduo, que só é possível por sermos seres em constante transformação, buscando resolver problemas de forma criativa e tecnológica.
Ilustres maçons se envolveram em episódios marcantes de nossa história e deram configurações à sociedade que perduram até hoje, como o fato de se ter um país independente e ser uma república federativa e democrática, outros combatem até hoje as mazelas que assolam o país, tudo isso por acreditarem na possibilidade da mudanças.
Dessa forma, faz-se necessário compreender que a grandeza da ordem maçônica depende do trabalho de cada um, não de forma isolada, mas em cooperação, temos nossas individualidades que devem ser respeitadas, mas é a união que torna a maçonaria forte.
Por isso, deixar de frequentar as sessões, deixar de cumprir com as obrigações das quais nos propomos quando aceitamos ser maçons são atitudes que enfraquecem uma Loja, assim como quando se age de forma individualista, indelicada, prepotente, ou até mesmo insensata, demonstra que os ritos e símbolos não foram devidamente interpretados ou internalizados.
O fortalecimento da ordem depende do significado que a mesma tem para cada maçom, além da frequência dos irmãos às sessões; deve-se propor trabalhos internos e externos que tragam benefícios sociais e se dispor a esses desafios.
É nesse sentido que se deve pensar: qual o modelo de sociedade que queremos?
 O que estamos fazendo para desenvolvê-la?
Como a maçonaria está ou pode contribuir para melhorar a sociedade?
Deve-se pensar em melhorar a ordem maçônica através de planos a longo prazo e projetos que contribuam com o desenvolvimento de tais planos.
A divisão da Maçonaria em ritos já demonstra a adequação da mesma a certas necessidades, constituindo-se em uma ordem que resiste ao tempo por sua capacidade de adaptação. 
Cabe a cada um de nós buscarmos através da educação, o aperfeiçoamento e entender que precisa de paciência e perseverança, pois os resultados virão a longo prazo.
Se a história da Maçonaria a relaciona a grandes feitos nacionais e internacionais foi porque alguns partícipes da Arte Real entenderam que as suas ações poderiam contribuir para o aprimoramento da sociedade e, assim, apresentaram uma Ordem forte e organizada.
É nesse sentido que se afirma: “não espere pelo que a maçonaria pode fazer por você, mas verifique o que você pode fazer pela maçonaria”. A Maçonaria somos nós.
Autor: Ir Mário Sérgio dos S. Nascimento
ARLS Aurora n° 0242 – Oriente de Belém – GOB/PA.


AS BASES FILOSÓFICAS DO RITO MODERNO


Nosso Rito pode, sem dúvida nenhuma, orgulhar-se de seu papel de vanguarda junto à plêiade de Ritos praticados pela Franco-Maçonaria mundial.

De fato, grande parte dos feitos heróicos encabeçados por maçons ou dos movimentos sociais nascidos em lojas maçônicas, tiveram grande envolvimento com o ideário preconizado por nosso rito.

O Rito Moderno, desde sua criação oficial no ano de 1761, sempre se caracterizou por um pensamento progressista, uma filosofia coerente, uma lógica arrebatadora e, principalmente, pela defesa corajosa e pujante da Liberdade Absoluta de Consciência.

Caberia perguntar: onde o Rito Moderno abeberou-se para formar seu “arsenal explosivo” de idéias?

A resposta para essa pergunta nos faz retornar ao século XVII, época do genial Francis Bacon, chamado com justiça de pai do enciclopedismo moderno.

Bacon, além de estadista, foi o primeiro exemplo notável da tendência empirista do pensamento inglês e, ainda mais significativamente, foi o profeta e protetor da revolução científica nascente.

Bacon foi o primeiro autor a tentar identificar os métodos adequados para uma ciência bem sucedida, uma vez que uma ciência cujas investigações se dão desorganizadamente e feitas por um excêntrico qualquer, não podem trazer resultados significativos.

Bacon assume em “New Atlantis” (1627) a tarefa de apelo e encorajamento à colaboração dos sábios, defendendo que é ao Estado que compete criar as instituições de investigação e ensino de que a ciência moderna necessita.

Para Bacon, a prosperidade e o bem estar da comunidade dependem dos esforços dirigidos para o progresso da pesquisa científica, uma ideia completamente nova para a época. Na obra supracitada, Bacon defende a ideia que é melhor várias pessoas trabalhando em conjunto do que uma isoladamente, para a prática das ciências e o desenvolvimento da sociedade como um todo.

A “Casa de Salomão”, instituição científica utópica descrita em seu “New Atlantis”, clama pela aplicação da ciência e a fundação de uma academia de cientistas. Notemos aí a semelhança da simbologia aplicada por Bacon e a simbologia maçônica. Nossas lojas devem estar baseadas no Templo de Salomão, mas não o da antiguidade obscurantista e crédula, e sim do preconizado por Bacon, centro de irradiação da luz, da razão e da ciência para o mundo.

A idéia baconiana de uma “república dos sábios” figurada pela simbólica “ilha de Bensalém, inspirará o movimento nascente de constituição das academias, através de Leibniz e Oldenburg (1615-1677), primeiro secretário da Royal Society e grande admirador de Bacon.

Muitos outros grandes vultos seguiram os passos de Bacon e a abertura da “via racional” para o progresso da humanidade deu a sólida estrutura para a formação filosófica do Rito Moderno. Vejamos brevemente alguns deles.

Pierre Bayle (1647 – 1706), filósofo francês, foi o precursor do ceticismo de Hume, refutou a doutrina de Spinoza a respeito da criação. A importância de Bayle se encontra na enorme influência que seus escritos tiveram, inclusive sobre os enciclopedistas que, sob muitos aspectos, o imitaram.

Bayle lançou a idéia de que nenhum dogma é solidamente fundamentado na razão, declarando a inutilidade completa das disputas teológicas em que se envolviam calvinistas, jansenistas, molinistas sobre a graça, o livre-arbítrio etc.

Bayle, apesar de calvinista, defendia a tolerância religiosa e o respeito à consciência individual.

John Locke (1632-1704) foi filósofo, político e médico. Destacou-se tanto com sua filosofia política, quanto com sua teoria do conhecimento, estabelecendo os limites do inteligível aos humanos.

Locke, ao contrário de Descartes que considerava que o conhecimento, originava-se de um conjunto de idéias claras e distintas, inatas em nossa mente, considerava que a filosofia deveria ser erigida sobre a razão e sobre o senso comum e não sobre especulações metafísicas, uma vez que o conhecimento não pode ser adquirido antes da experiência, esta a fonte da razão.

Além disso, Locke advogava uma ampla tolerância religiosa e filosófica, dando à consciência o direito de revoltar-se contra qualquer sistema opressor e intolerante.

David Hume (1711-1777), filósofo escocês, nascido em Edimburgo, irmão maçom iniciado na “St. Mary’s Chapel Lodge” iniciou seus estudos na área jurídica, mas logo se apaixonou pela filosofia. Hume é um empirista radical, o naturalista mais influente e completo da filosofia moderna, além de uma figura essencial do iluminismo.

A ética de Hume vê o pensamento moral como a expressão de sentimentos que sofrem uma evolução devido à nossa necessidade de cooperação social. Assim, a moral não seria originada em uma “lei divina”, mas sim na necessidade humana de conviver em sociedade.

Hume encara a ciência como a busca pela descoberta de princípios simples que nos permitiriam discernir a ordem em meio ao caos. Assim, para Hume os acontecimentos naturais são em si mesmos, “irregulares e separados”, e a arte científica consiste em detectar os padrões em que se inserem.

Bernard de Mandeville (1670-1733), filósofo holandês, de expressão inglesa, também empirista, fundamentou a moral nas tendências do homem, e não sobre um raciocínio filosófico-metafísico. Também não fundamentou a sociedade, seu progresso ou declínio nos princípios gerais morais de valor absoluto, mas em fatores, experimentalmente detectados, dos interesses e similares.

Charles Louis de Secondat, barão de Montesquieu (1689-1755), nascido nobre, iniciado na Maçonaria no dia 12 de maio de 1730 na Horn Tavern Lodge, desenvolveu uma profunda admiração pela Revolução Inglesa de 1688 e pelos ideais constitucionalistas de tolerância e liberdade a ela associados.

Sua obra prima “O Espírito das Leis” (1748) introduziu um traço positivista na discussão das leis das nações, que era até então terreno para vários tipos de deduções teológicas e racionalistas. Montesquieu atribui o sistema legal dos diferentes países a acasos externos, como a geografia e o comércio.

Foi o maior responsável pela teoria da tripartição dos poderes do Estado (Legislativo, Executivo e Judiciário) e o maior mestre em Direito Constitucional que a humanidade já viu.

Adam Smith (1723-1790), filósofo e economista escocês, membro da loja maçônica “St. Mary Chapel” foi influenciado pelo empirismo moral de Hume, apoiando-se na experiência para estabelecer uma ética. Admitindo a liberdade, formulou os conceitos de liberalismo político e econômico. Defendia que o melhor meio de um Estado desenvolver a economia é deixá-la desenvolver-se livremente de acordo com suas leis naturais, com um mínimo de fiscalidade e interferência.

Jeremy Bentham (1748-1832), pensador, jurisconsulto e economista inglês, nascido em Londres. É considerado um dos últimos representantes da Escola Moralista Inglesa. Defendeu a moral utilitarista, em que a utilidade do indivíduo e da sociedade são o fundamento da norma moral. A utilidade dos objetos é definida pela sua capacidade de produzir prazer e de evitar a dor, ou o infortúnio. A sociedade ideal é a que permite a felicidade do indivíduo sem comprometer o bem estar coletivo. Suas idéias terão continuidade com James Mill e Stuart Mill.

John Tolland (1670-1722), filósofo e Teólogo, filólogo e político da Irlanda. Fez estudos filosóficos em Glasgow, Edimburgo, concluindo em Leiden, Holanda.
Seu livro mais famoso “Christianity not mysterious” (1696) foi mandado queimar pelo Parlamento Irlandês e colocado fora da lei na Inglaterra.

Tolland defendeu uma religião natural, sem sobrenaturalismo. Foi um dos mais representativos deístas e o primeiro a ser chamado “livre pensador”. Negou a autenticidade da revelação. Tolland foi, juntamente com Shaftesbury, um dos principais artífices da transição do deísmo para o agnosticismo.

Anthony Ashley Cooper, terceiro conde de Shaftesbury (1671-1713), filósofo inglês, teve a John Locke como preceptor.

Shaftesbury foi um dos principais representantes da moral do sentimento, foi sempre um otimista metafísico, mas assim como Bayle, se revelou cético frente às religiões sobrenaturalistas, limitando-se à religião racional de deísmo.

Voltaire, pseudônimo de François-Marie Arouet(1694-1778), foi um filósofo empirista, deísta, liberal que cedo se tornou um livre pensador. Permaneceu três anos na Inglaterra e lá absorveu a filosofia empirista inglesa, que difundiu a seguir na França, onde até então predominavam várias formas de racionalismo cartesiano. É sua a frase que ainda soa atual: “para um só filósofo ainda há hoje cem fanáticos”.

Meus irmãos, não querendo me estender em demasia, finalizo por aqui esse mostruário de celebridades intelectuais que deram contribuições essenciais ao nosso rito. Se houvesse tempo, teríamos que citar toda a nata intelectual da Revolução Francesa, todos os grandes cientistas desde Galileu, Copérnico, Giordano Bruno, Newton, Tycho até os atuais como Stephen Hawking, Feynman, Planck, Heinsenberg, entre tantos outros que ainda levam corajosamente o estandarte da ciência e da razão em um mundo, apesar de toda a evolução, ainda estranhamente assombrado pelos demônios do passado.

Nosso rito não precisa de mistificações para ser grandioso, não precisa de invencionices e enxertos para ser especial e não precisa de crendices para atestar sua mais pura essência maçônica. O mais maçônico entre os maçônicos.

Nosso rito só precisa de homens compenetrados de seus ideais, homens dispostos a muito mais do que a mera repetição mecânica de fórmulas rituais. Nosso rito precisa dos espíritos mais ousados. Os mais genuinamente maçons entre os maçons. (grifo meu)

André Otávio Assis Muniz

Bibliografia
GOTTSCHALL, Carlos Antonio Mascia. Do Mito ao Pensamento Científico, A busca da realidade, de Tales a Einstein. 2ª Edição. Porto Alegre: Atheneu, 2004
BLACKBURN, Simon. Dicionário Oxford de Filosofia.Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997
DIVERSOS.Enciclopédia Simpósio de Filosofia.http://www.cfh.ufsc.br/~simpozio
RUSSEL,Bertrand.História do Pensamento Ocidental.Rio de Janeiro: Ediouro,2001
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